Discurso de Greca não comove mais e prefeito precisa tomar uma atitude

Foto: Ricardo Marajó/FAS

Não gosto de sair do meu quadrado, mas, às vezes, preciso. É no momento de incerteza que o povo reclama por um líder. Um dia desses escrevi que sou eleitor de carteirinha de Rafael Greca, como era de Lerner. Se continuo, não sei. Mas, agora, ando desconfiado que sou um daqueles que foi iludido com a beleza aparente da rua onde moro.

A última vez que vi Greca na televisão, desabei. A impressão que deixou é a do político que não tem recursos para enfrentar uma época de crise. A sua oração que abusa de frases de efeitos, como “a minha amada Curitiba”, nessa época de pandemia, não comove.

Greca já tinha mandado abrir os parques para o lazer, sem explicar como evitar aglomerações. Agora, ao tratar da abertura do comércio em razão dos efeitos da praga, foi um desastre: “Eu não autorizo e nem desautorizo o comércio a funcionar”.

É o tipo do político que quer se equilibrar na linha da dúvida. E não há nada pior para um povo do que uma orientação insegura e duvidosa. E, em época de eleição, um discurso nessa esteira, só tem interesse em si próprio.

Greca que tome cuidado, porque está virando um Mito. E “mito, é o nada que é tudo”, no poema de Fernando Pessoa. Greca, hoje, precisa, responder: o comércio fecha ou não fecha?

Se Greca fosse um pouco humilde, olharia para o lado. Sendo mais líder do interesse público, do que político, o governador Ratinho Junior revela uma capacidade de decisão que, às vezes, surpreende em razão da sua juventude.

Entrou como “filhinho de papai”, mas, por atributos próprios, se transformou em líder público do Paraná por ter a virtude que John Kennedy já ensinava na sua obra o “Peso da Glória”: faça certo ou errado, mas exerça o poder de decisão. Nessa crise, amparado pelo preparadíssimo secretário Beto Preto, o governador Ratinho Junior é a esperança dos paranaenses para diminuir os efeitos da praga.

No terceiro cargo mais importante do Paraná, que é a presidência do Athletico, Mario Celso Petraglia, continua em silêncio.

Eu entendo que nesse 2020, depois do título da Copa do Brasil e da enfermidade da qual, ainda, se recupera, Petraglia só tem obrigação fazer duas coisas: compor com Estado e Município a dívida pela construção da Baixada, e fazer o Furacão não correr riscos no Brasileirão.

Mas, para resolver o caso da execução da Paraná Fomento, o Athletico precisa dar um bom exemplo. Com uma administração inchada, parecendo um pequeno Brasil, o Furacão não pode continuar com essa gastança que, inclusive, sacrifica os próprios sócios.

Se tinha razão em suspender o pagamento do direito de imagem dos jogadores, começa a perdê-la sem adotar providências para diminuir a folha da comissão técnica. Como executivos do futebol, Paulo André e Marcio de Lara, consumindo mais de R$ 200 mil como por mês é um incentivo à falta de racionalidade, que é imprescindível nessa época de peste.

Amanhã, eu volto para o meu quadrado.