Falta de consciência

Presumo que, por ser um clube ambicioso nesse Brasileiro, o Atlético projeta muito mais do que não ser rebaixado para a Segunda Divisão. Mais que ambicioso, a sua vaidade pelo título que ostenta de ser “o mais poderoso no aspecto econômico”, sequer admite o risco de queda.

Não há um único profissional do Furacão (técnico, funcionários, jogadores, dirigentes e presidentes, pois todos são), que admita o risco de rebaixamento. Não só existe como o seu potencial aumenta a cada rodada que o time não ganha e os concorrentes não perdem.

Escrevo assim em razão da última imagem que a televisão mostrou do Tiago Nunes no final do jogo em Fortaleza. O técnico, em vez de reclamar do árbitro mais alguns minutos de jogo para o Furacão tentar a vitória, pediu o final da partida exclamando: “Acabou”!

Empatar (0x0) nos buracos do Presidente Vargas, em Fortaleza, contra um adversário desesperado, o Ceará, poderia até ser um bom resultado se pudesse ser absorvido pelas circunstâncias. Mas, as circunstâncias que envolvem o Atlético neste Brasileiro não mais sugerem o empate como um fato normal. Quando o técnico pede o final de um jogo que era necessário vencer, é sinal de que a soberba continua influenciando a consciência dos atleticanos.

Usou-se a desculpa de que o time jogou cansado pela viagem de São Paulo-Montevidéu-Fortaleza. Pode até ter contribuído. Não em razão física, mas em função da fragilidade psicológica do jogador brasileiro. Um time jovem, que começou a jogar só um dia desses, não pode e não deve reclamar de cansaço. Quando se busca ganhar com Bergson, Marcinho e Nikão não é possível reclamar de cansaço.

Ilusão

O gol de Alex Santana no último segundo do jogo da Vila resolveu o problema o presidente Leonardo Oliveira, mas não do Paraná Clube. Com o empate, ele não vai precisar tomar providências para remendar o estrago que a sua administração está causando no clube. O empate de 1×1 com o Botafogo, só alcançado no final, teve efeito emocional para uma torcida já desaminada, mas não de classificação.

Jogando seis pontos na Vila contra adversários apenas sofríveis (Ceará e Botafogo), o Paraná ganhou apenas um ponto. Resultado: continua iluminando quem está na frente com a lanterna.

Mudanças

A diretoria do presidente Samir Namur fez uma limpa no futebol do Coritiba, não sobrando ninguém. Demitir técnico, diretor e gerente é cômodo, pois basta analisar os resultados. Agora é que são elas. Não podendo mais errar, quem vai escolher os substitutos? Presumo que Namur e a sua turma não são os mais indicados.