Célio, o descobridor

As defesas, algumas improváveis, outras inacreditáveis no gol da Alemanha, não passavam de simples detalhes. O mundo se encantava com outra virtude de Manoel Neurer: a visão no sentido de observador técnico do jogo para antever as intenções de ataque do adversário; a consciência para preencher os espaços livres, deixando ser goleiro para ser craque de linha defensiva; e o talento para jogar com pés, e a personalidade para sair jogando com a bola. Daí um passe, um lançamento, como se fosse o âncora de toda a estrutura tática do time.

Talvez, quando chegou nesse futuro, na Copa do Mundo de 2014, no Brasil, Manoel Neuer descobriu que não era mais terra do desconhecido. Lá, há 45 anos, já estava o seu descobridor: Célio Maciel, com boné, vestido de cinza, e com a alma verde e branca do Coxa. E, talvez, Neuer quando chegou, nem tem o visto. É possível que Célio havia voltado desse futuro, porque já havia escrito, as lições definitivas para os goleiros.

Em 1968, no Robertão, jogou no meu time. Eis a defesa: Célio Maciel, Djalma Santos, Bellini, Charrão e Nilo. Continuou jogando de boné, de cinza, com o símbolo do Furacão, e com a alma coxa-branca. Acredite: os princípios de Célio eram tão especiais, que ele conseguia conciliar Atlético e Coritiba.

Ontem, Célio Maciel foi embora. Célio era daqueles que não deveria envelhecer como craque. Vê-lo jogar fazia um bem para a alma.

Célio era daqueles que não deveria morrer como ser humano. Era um exemplo de vida. À família de Célio Maciel, e a nós todos que o amávamos, minha solidariedade, em forma de tristeza.

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É apenas questão de formalidades contratuais. Logo, Atlético e Rede Globo anunciarão a renovação do contrato de cessão de direitos de televisão. O Furacão pode alcançar de rendimento por ano o valor de 110 milhões de reais. O contrato total dá uma Baixada.

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