Violência contra a infância

Pedofilia é o transtorno mental de adulto que manifesta atração erótica predominante ou exclusiva por crianças.

A pedofilia pode ser homossexual ou heterossexual; concretizada na conduta erótica ou reprimida. Em geral, é praticada por homens, que se confundem com o restante da população e só se diferenciam dos demais pelo seu comportamento sexual.

Não existe forma de reconhecer a pessoa pedófila, a não ser que ela admita seu hábito ou seja surpreendida nele. Assim, como é muito difícil prever a conduta do motorista atropelador. Em ambos os casos, a conduta profilática está reduzida a evitar a situação potencialmente danosa. A família deve cuidar para que as crianças não sejam expostas a situações de risco. Por exemplo, a presença da mãe e do pai no consultório médico é fundamental. Os pais devem se informar sobre os acontecimentos transcorridos nos procedimentos diagnósticos ou terapêuticos. Assim como devem procurar conhecer os profissionais e sacerdotes com quem seus filhos interagem.

Caso recente publicado na imprensa internacional dá conta da identificação de uma rede de pedófilos que se servia da Internet e era composta por pessoas respeitáveis e com influência social, até mesmo um magistrado. Nos últimos dias, o papa João Paulo II pediu perdão aos cristãos de todo o mundo pelos atos de pedofilia praticados pelos seus sacerdotes.

Em cada caso concreto, importa que se faça um diagnóstico genérico, verificando se a conduta em caso é patológica ou não. Sendo, deve-se procurar identificar a natureza da patologia, determinante ou influente naquela conduta. Diagnosticado o caso, deve-se tratar o doente, se houver tratamento conhecido.

No plano da convivência social, as instituições devem evitar que seus agentes com conduta pedófila tenham contatos profissionais com crianças ou adolescentes. Mesmo depois de cumprirem as penalidades a que eventualmente, estiverem sujeitos.

Luiz Salvador de Miranda Sá Júnior

é psiquiatra, professor titular de Psiquiatria da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul e da Universidade Católica Dom Bosco e 1.º secretário do Conselho Federal de Medicina.

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