Varizes são muito mais que um problema estético

Não há quem esconda o incômodo com o aparecimento de varizes. Principalmente entre as mulheres, a preocupação com o problema é constante. Muitas chegam a evitar, mesmo em períodos de calor, o uso de saias curtas e shorts na tentativa de esconder a dilatação das veias que se espalham pelas pernas. Porém, mais do que um problema estético, as varizes são um problema de saúde.

O cirurgião vascular e angiologista Paulo Baggio, que atua no Hospital São Judas Tadeu, em Curitiba, define as varizes como veias que permanentemente ficam dilatadas, alongadas e tortuosas. Elas são causadas por quatro fatores: hereditariedade, quando um membro da família tem o problema e os outros também têm tendência a desenvolver; hormonal, influenciado pelo uso de pílulas anticoncepcionais, pela realização de tratamento hormonal e pelo número de gestações; obesidade, que acarreta uma sobrecarga de peso nas pernas; e ocupacional, quando em função do trabalho a pessoa precisa passar grande parte do dia em pé.

“O aparecimento de varizes é muito mais comum em mulheres, mas isso não quer dizer que os homens também não sejam vítimas do problema. Em geral, 90% dos casos se dão em mulheres e apenas 10% em homens”, comenta Baggio. “A diferença é que as mulheres se preocupam mais com a estética e procuram o médico assim que as varizes começam a aparecer. Os homens só procuram tratamento quando começam a sentir dor.”

As varizes podem ser observadas a partir dos doze ou treze anos de idade. Entretanto, o problema se agrava com o passar do tempo. Os sintomas iniciais, além do aspecto ruim visível na pele, são desconforto, peso e cansaço nas pernas, seguidos de ardência, queimação, formigamento, amortecimento, cãimbras e inchaço. Esses podem ser agravados pelo clima quente ou no período pré-menstrual.

“Em estado mais avançado, as varizes podem criar coágulos dentro da veia, causando o escurecimento da pele, com úlceras e infecções de repetição, denotando o grau da doença”, explica o cirurgião vascular. “A intensidade dos sintomas não guarda relação direta com o volume e extensão das varizes.”

A prevenção do problema se faz através do controle do peso, do não uso de hormônios, da utilização de meias elásticas (inclusive durante a prática de esportes), do repouso com a perna elevada durante alguns minutos do dia, do não uso de sapatos com saltos muito elevados e da rejeição de esportes que causem impacto. Atividades como caminhada, natação, hidroginástica e ciclismo promovem a circulação sangüínea e também contribuem para o não aparecimento do problema.

Tratamento

São vários os tratamentos disponíveis. Para varizes maiores, normalmente é indicada cirurgia. Durante o procedimento, o paciente recebe anestesia peridural ou local e tem as varizes retiradas com equipamentos semelhantes a agulhas de crochê. A permanência hospitalar é de cerca de doze horas e o paciente volta a suas atividades normais em uma semana.

Outro método é a terapêutica esclerosante, que consiste na introdução de substâncias líquidas no interior das veias, provocando obstrução dos vasos devido a uma reação inflamatória e fibrosa. O procedimento é feito sem anestesia e num consultório médico.

Já o uso de laser também exige anestesia local ou peridural e faz com que o paciente permaneça internado por cerca de doze horas. O procedimento consiste na penetração de uma luz concentrada sob a pele, que destrói as varizes. A pessoa volta para suas atividades normais em 28 ou 48 horas.

“Em todos os métodos, as probabilidades de se obter bons resultados são ótimas. As varizes são incuráveis, mas perfeitamente controláveis”, explica Baggio. “Os honorários totais dos tratamentos custam entre R$ 2 mil e R$ 2,5 mil.”

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