Válvula aórtica trocada sem cirurgia

Pacientes que têm algum tipo de contra-indicação para fazer uma cirurgia para colocação de válvulas no coração, como idosos e pessoas com doença pulmonar, agora podem contar com um novo tratamento. É o procedimento não-cirúrgico para válvula aórtica feito por catéter.

O médico alemão Eberhard Grube, chefe do departamento de cardiologia e angiologia do Centro Cardíaco de Siegburg, na Alemanha, submeteu cem pessoas da Europa, Canadá e Estados Unidos ao método. Com a mesma resistência, a prótese adotada por Grube é feita de nitinol, um material metálico mais flexível e fino que os tradicionalmente usados. ?Nesse procedimento, não há abertura do peito, mas incisão na virilha. Com a dilatação provocada pelo catéter, é colocada uma prótese para substituir a válvula do coração?, explicou o cardiologista Marco Aurélio Nerosky, do Hospital Costantini.

O resultado está sendo apresentado no 7.º Simpósio Internacional de Cardiologia Invasiva para Clínicos (CardioInterv), que termina hoje, em Curitiba. Promovido pelo Hospital Costantini, o simpósio também apresenta, pela primeira vez no Brasil, o trabalho do pesquisador norte-americano Ron Waksmann sobre os stents absorvíveis.

De nome complicado, esse dispositivo pode melhorar, e muito, a vida de quem precisa dessa prótese no coração, que hoje é metálica e fica definitivamente dentro do corpo. O stent é uma prótese que expande a placa de gordura, reduzindo o grau de obstrução das coronárias. A compararação feita por Waksmann é de um gesso que permanece para sempre.

A diferença dessa nova modalidade de stent é a estrutura química bioabsorvível. Seis meses após a implantação, ele é absorvido pela parede da artéria. Uma das vantagens está na visualização de tomografias, além de gerar menos reação do organismo.

Diabete

Discussão sobre a melhor forma de intervenção para quem sofre de diabete (se angioplastia ou cirurgia) é outro tema abordado no simpósio. Para contribuir com uma definição sobre a controvérsia, está sendo desenvolvido o projeto Freedom, coordenado pelo Instituto Nacional do Coração, Sangue e Pulmão dos Estados Unidos.

Envolvendo 2.500 pacientes diabéticos do mundo todo, a proposta é avaliar o resultado dos procedimentos. Único hospital do Paraná a participar do projeto, o Costantini já trabalha com dez pacientes diabéticos. Os resultados serão apresentados no fim de 2008.

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