Tabagismo facilita a obstrução das artérias

É bem conhecida a relação direta do tabagismo com a doença arterial coronaria aumentando a probabilidade da pessoa que fuma ter um infarto. Uma pesquisa com pacientes paranaenses, realizada pelo cardiologista Costantino Ortiz Costantini, diretor clínico do Hospital Cardiológico Costantini, apontou que os fumantes com doença nas coronarianas tratadas com o implante de stents farmacológicos (as pequenas malhas de aço que têm o papel de desobstruir as artérias, liberando o fluxo do sangue) têm cinco vezes mais chances de desenvolver coágulos sangüíneos dentro destes stents.

Além dos fatores técnicos, como comprimento do stent e lesão na bifurcação, foram observados os riscos como diabetes, obesidade abdominal, sedentarismo, colesterol e hipertensão. O tabagismo foi o único fator que teve uma relação direta com a reobstrução das artérias.

A tese sobre o assunto foi apresentada pelo cardiologista durante o 9.º Sul-Brasileiro de Cardiologia / 34.º Congresso Paranaense de Cardiologia, realizado em Londrina neste ano. O estudo deu ao médico o prêmio de segundo melhor trabalho científico na categoria tema livre oral. A pesquisa foi realizada em 800 pacientes, que receberam 1.420 stents farmacológicos.

Fumantes passivos

Os fumantes passivos também estão expostos a riscos iguais ou piores. Em curto prazo, sofrem irritação nos olhos, manifestações nasais, tosse, cefaléia e problemas alérgicos, principalmente das vias respiratórias. O cardiologista José Rocha Faria Neto diz que os fumantes passivos têm chances 25% maiores de desenvolver doenças cardiovasculares e 30% de câncer de pulmão. Para ele, a lei antitabagismo é muito branda. "O cigarro só poderia ser permitido em lugares abertos ou com sistema apropriado de ventilação, evitando a dispersão da fumaça nociva", revela.

Faria Neto lembra, ainda, da Síndrome da Morte Súbita Infantil, doença que atinge recém nascidos que vivem na casa fumantes. Esses bebês têm cinco vezes mais riscos de morte súbita sem causa aparente.

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