Sesa recomenda vacinação contra a febre amarela

Com a aproximação do feriado de Carnaval, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) alerta as pessoas que viajarão para as regiões Sudeste, Norte, Centro-Oeste do País, todo o Estado da Bahia e toda zona rural do Brasil, para que tomem vacina contra febre amarela. Nas regiões Norte e Centro-Oeste, a doença na forma silvestre é endêmica, ou seja, os casos são registrados o ano todo.

A vacina, para fazer efeito, deve ser tomada no mínimo dez dias antes da viagem para regiões de risco. A dose é gratuita e está disponível em todas as unidades de saúde do Estado. A vacina deve ser tomada por adultos e crianças com mais de seis meses que forem viajar para essas regiões. Essa é a principal medida de controle da doença e dá proteção próxima a 100%. É administrada em dose única, com reforço a cada dez anos.

No Paraná, não existem casos da doença silvestre e a forma urbana não é registrada há 36 anos, mas há municípios na área de risco ao longo do Rio Paraná e na zona rural. Ainda assim, a secretaria mantém vigilância constante para evitar a febre amarela, sobretudo no período de calor, favorável à doença. Em dois anos de vacinação, a Sesa já imunizou cerca de 5 milhões de pessoas no Paraná. A febre amarela urbana é transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, o mesmo transmissor do vírus da dengue.

Casos

Em abril e maio de 2000 foram registrados pelo Ministério da Saúde dois casos confirmados de febre amarela em Minas Gerais, um no município de Natalândia (Noroeste) e outro no de Planura (Triângulo). Os dois pacientes morreram. Em 2001, ocorreram mais de trinta casos confirmados de febre amarela em Minas Gerais, com pelo menos catorze mortes. Outras 22 mortes com diagnóstico confirmado e 22 suspeitas em 2002 oferecem indícios de que ocorreram muito mais casos de febre amarela que os 38 conhecidos.

Embora a infecção provavelmente ocorra na área rural, os casos de febre amarela em geral são reconhecidos e diagnosticados em áreas urbanas. No Rio de Janeiro, como em outras cidades, existe o Aedes aegypti, que pode transmitir a febre amarela e a dengue. Portanto, a possibilidade da transmissão urbana existe permanentemente.

A maioria dos doentes apresenta manifestações leves ou não tem sintomas, o que dificulta o reconhecimento e diagnóstico. As manifestações não dependem do local de transmissão, pois não existem dois tipos de febre amarela. O vírus e a evolução clínica da doença são os mesmos, não importa se classificados como casos silvestres ou urbanos. A diferença está apenas nos transmissores e no local geográfico de aquisição da infecção.

Durante o período em que o vírus da febre amarela está presente no sangue, a pessoa pode servir de fonte de infecção para o mosquito. Uma vez infectado o Aedes aegypti, é possível, então, a transmissão urbana da doença. O período em que uma pessoa pode ser fonte de infecção para o mosquito é relativamente curto, de três a cinco dias, a partir do início da doença.

No entanto, as facilidades de locomoção e o elevado número de pessoas que se deslocam principalmente nos períodos de feriados para áreas endêmicas fazem com que o risco de reintrodução da febre amarela nas cidades seja preocupante e permanente. Esse risco pode ser significativamente reduzido com a vacinação de pessoas que se dirigem para áreas de transmissão silvestre e rural, com o combate efetivo ao Aedes e com a gradativa e sistemática vacinação das populações urbanas. A confirmação laboratorial do diagnóstico, em geral, pode ser feita em até 48 horas.

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