Sesa amplia programa contra a sepse

O sucesso do Programa de Otimização do Tratamento da síndrome Séptica, que em 100 dias salvou 28 vidas em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) de quatro hospitais públicos do Paraná, levou a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) a expandir a abrangência do programa para outros hospitais estaduais.

Além dos hospitais universitários de Cascavel e Londrina, Hospital de Clínicas e Hospital do Trabalhador, o Hospital Universitário de Londrina passou a aplicar, nesta semana, o programa que conseguiu reduzir em 25% a mortalidade por sepse (infecção generalizada). A idéia é que, gradativamente, todos os hospitais estaduais adotem o programa.

O médico da Sociedade Paranaense de Terapia Intensiva, Álvaro Réa Neto, que coordena o programa, revelou que o programa foi aplicado durante cem dias em 180 pacientes e conseguiu reduzir o índice de mortes pela doença de 64% para 48%. ?Acreditamos que 28 pessoas tenham sido salvas pelo tratamento?, comemorou. Ele explicou que nove das dez etapas que formam o programa já estavam disponíveis no atendimento de saúde pública, mas eram mal empregadas. ?Apenas a introdução de uma nova droga, a Alfa trotricogina, representa novos custos à saúde pública. Mas essa droga é o último estágio, só é usada em casos extremos, depois que todas as outras etapas forem esgotadas?, explicou, salientando que apenas 15% dos pacientes precisaram da droga.

Para Réa Neto, o primeiro e mais importante passo do programa é o diagnóstico rápido da síndrome. ?Os pacientes chegavam ao pronto- socorro com algum sintoma de infecção (pneumonia, urinária ou de abdome) e eram tratados para aquele problema específico e apenas após quatro a seis horas diagnosticava-se a sepse?, disse. Ele lembra que outros sintomas aliados à infecção podem indicar a doença, como manchas na pele, falta de ar, queda de pressão, parar de urinar ou desorientação.

?A maioria dos recursos, com exceção deste medicamento de última geração, são os mesmos de antes. Só que estão dentro de um protocolo bem definido, que é a base dos tratamentos avançados em todo o mundo. Apenas melhoramos sua utilização e incluímos esta nova medicação como mais uma alternativa. E o melhor é que o paciente se recupera sem seqüelas?, comentou o diretor da Central de Medicamentos do Paraná, Luiz Fernando Ribas. A sepse é a principal causa de mortes em UTIs. No mundo todo, são 1,4 mil mortes por dia desta síndrome. No Brasil, a doença afeta 400 mil pessoas por ano.

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