Seminário científico discute como agir frente a um caso de morte súbita

A morte súbita ou ataque cardíaco maciço pode atingir qualquer pessoa, independentemente da idade e da condição física. Segundo dados do Sistema Único de Saúde, esta é a maior causa de mortalidade no País, atingindo 160 mil pessoas por ano, número que é seis vezes maior ao caso de mortes causadas pela aids, por exemplo.

O assunto, que ganhou repercussão com os casos recentes de jogadores de futebol que morreram em campo, será discutido durante o 3º Seminário Científico promovido pela Clínica Cardiológyca Costantini nesta sexta-feira (22/8) e sábado (23/8). O Seminário tem como tema principal a “Avaliação das emergências no pronto-atendimento cardiológico”.

A maioria dos casos de morte súbita ocorre fora dos hospitais em locais de grande aglomeração como aeroportos, shoppings, rodoviárias e supermercados e a instalação de desfibriladores e o treinamento da população são as únicas formas de prevenção. É o que defende o médico cardiologista Sérgio Timerman, presidente da Fundação Interamericana de Cardiologia e diretor do laboratório de treinamento e simulação em emergências cardiovasculares do Incor.

“É necessário que a população esteja atenta e saiba reconhecer e prestar os primeiros socorros a uma pessoa que apresente morte súbita”, explica Timerman. A morte súbita é, na maioria das vezes, causada por um ataque cardíaco. A pessoa parece bem e de repente cai, pára de respirar e não apresenta mais sinais de vida. “Nesse momento é fundamental que alguém chame uma ambulância, faça massagem cardíaca, respiração boca a boca e aplique o choque com o defibrilador”, conta o cardiologista.

Se as medidas não forem tomadas em cinco minutos as chances de sobrevida da vítima diminuem em 50%. Se nada for feito em 10 minutos torna-se quase impossível salvar a vida da pessoa.

O médico afirma que a regulamentação através de lei e a instalação de desfibriladores em locais com grande aglomeração já mostrou ser eficiente em países da Europa e dos Estados Unidos. “No aeroporto de Atlanta, por exemplo, os defibriladores mudaram os índices de sobrevida de 3% para 60%. Nos cassinos de Las Vegas os índices subiram de 2% para 70% e em Seatle, onde toda a população foi treinada, os números também são animadores com um aumento de 3% para 50%”, exemplifica.

O Paraná já está dando exemplo. Londrina foi a primeira cidade do País a regulamentar em 2002 uma lei que permite a instalação de desfibriladores em ambientes por onde circulam mais de mil pessoas por dia. “Acredito que o Paraná já reconheceu a importância desta ação e Curitiba apresenta todas as condições para ser a primeira capital do Brasil a instalar os equipamentos, pela qualidade que apresenta no atendimento a urgências e emergências”, disse Timerman.

A questão está sendo trabalhada em âmbito federal pelo Conselho Nacional de Ressuscitação e busca tanto a aprovação de uma lei como também o treinamento da população ou de equipes que possam atuar em uma situação de emergência, além da reciclagem dos profissionais de saúde. No exterior, a ação é defendida pela Aliança Internacional dos Comitês de Emergência e Ressuscitação.

Timerman destaca que no futuro o equipamento deve ser considerado tão importante e estar tão acessível como o extintor de incêndios. “A ação imediata é a única forma de salvar a vida de uma pessoa em uma situação emergencial como a morte súbita”.

A Clínica Cardiológyca Costantini, referência nacional em cardiologia, promove estes seminários com o objetivo de discutir com a classe assuntos pertinentes à realidade médica. A entrada é gratuita.

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