Secretaria de Saúde faz parceria para previnir sarampo em Curitiba

Os clientes dos laboratórios Frischmann Aisengart, Curitiba Santa Casa e Delboni Auriemo – que pertencem a Diagnósticos da América (DASA) – que forem fazer exame de sangue e que tiverem retornado da Europa e apresentarem sintomas de sarampo terão os exames encaminhados para o Laboratório Central do Estado (Lacen / PR). O programa faz parte de uma parceria entre a DASA e a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que está monitorando a doença devido ao grande aumento no número de casos de sarampo em diversos países da Europa e ao regresso dos viajantes que acompanharam a Copa do Mundo na Alemanha.

A situação é alarmante na Ucrânia e países do Leste Europeu, com milhares de casos. Só neste ano, foram 1106 os casos registrados de sarampo em diversas regiões da Alemanha, às vésperas do mundial. Todos esses locais apresentavam uma cobertura vacinal não ideal. Mas os especialistas da SMS alertam que não há motivo para pânico ou expectativa de surto, já que uma parte representativa da população foi vacinada e está imune à doença.

A vacinação é a melhor forma de previnir a doença, segundo reforça Jaime Rocha, médico-infectologista e consultor no Paraná da Diagnósticos da América. ?Vale ressaltar que trata-se de uma vacina que contém vírus vivo-atenuado e, portanto, deve ser usada com indicação médica?, diz o especialista. Os viajantes devem fazer uma dose de reforço antes de partir para seu destino. Deve-se também respeitar as seguintes contra-indicações: reação grave à vacina em outras situações, gestantes, pessoas com imunossupressão (como, por exemplo, AIDS e uso de corticóide). Também estão dispensados da vacinação os adultos nascidos antes de 1956 ou que já fizeram o reforço. ?Mas sempre orientamos as pessoas a procurar o médico de confiança antes de qualquer vacinação?, enfatiza o infectologista.

A  vacina indicada é a Tríplice Viral, que combate ao mesmo tempo o sarampo, a caxumba e a rubéola. Vale dizer também que estas duas últimas doenças têm mantido uma alta incidência na Inglaterra e outros países da Europa. A vacinação deve ser feita no mínimo quatro semanas antes da viagem. Rocha explica que a Tríplica Viral é uma injeção única, que pode trazer como seqüelas dor local e febre baixa, em 24 a 48 horas. A vacina é disponibilizada no Laboratório Frischmann Aisengart, nas Unidades Batel II (Rua Alferes Ângelo Sampaio, 1299, Batel) e Alto da XV (Rua XV de Novembro, 3101). O preço médio da vacina é de R$ 45,00.

 Um viajante que nunca teve sarampo e não foi vacinado terá como primeiro sintoma febre alta cerca de dez a doze dias depois da exposição. A febre vai durar uma semana e será acompanhada de um quadro semelhante a uma gripe forte nos primerios dias, seguido de olhos avermelhados, manchas esbranquiçadas dentro da boca e, finalmente, um vermelhão por todo o corpo. Esse último sintoma dura de cinco a sete dias e depois desaparece lentamente. O quadro pode ser complicado com cegueira, infecção cerebral, diarréia, infecção do ouvido e pneumonia.

O sarampo ainda é uma das principais causas de morte em crianças pequenas, apesar de haver uma vacina disponível há mais de 40 anos. Somente em 2004, cerca de 454 mil pessoas morreram devido à doença. Um dos motivos é a facilidade com que o vírus é transmitido (via respiratória), resultando na transmissão em quase todas as pessoas não imunes que entram em contato com doentes. O infectologista lembra que não existe nenhum tratamento específico contra o vírus do sarampo. ?Vale também ressaltar que esta é uma doença considerada erradicada no Brasil, sendo todos os últimos casos importados por meio de viajantes que visitaram países onde a doença ocorre.?

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