Regras claras evitam conflitos entre pais e babás

Maria Selma, mãe de Rafael, Camila e Clara, conta que definir limites foi importante para a boa convivência com a nova babá. “Quando nossa babá chegou, conversamos com ela e com as crianças e deixamos bem claro que ela era um apoio importante enquanto eu estivesse fora, mas que eu continuaria nas rédeas da situação, mesmo de longe”, diz ela.  

Babá

Raio X
A escolha da babá certa é determinante para os pais ficarem seguros e para a imagem que os filhos vão formar deles também. De acordo Vera Zimmermann, escolher uma pessoa que passa confiança e gosta de crianças mostra aos filhos que os pais tiveram um cuidado especial e não estão deixando uma estranha para tomar conta deles. “Não é uma intrusa qualquer, é alguém legal que foi escolhida para cuidar deles?”, explica ela. “Mas para escolher não basta achar a pessoa legal, é preciso analisar o histórico da pessoa, checar as referências, saber como ela trata as crianças e deixá-la em teste por alguns dias”, recomenda Vera. 

Babá

Autoridade dos pais x limites da babá
Uma das principais atitudes que devem ser tomadas diante da presença de uma babá em casa é conversar com ela sobre os valores familiares que devem ser preservados e sobre a rotina familiar. ?Deixe claros horários e limites, isso fará com que ninguém invada o espaço de ninguém?, diz terapeuta familiar Roberta Palermo, autora do livro Babá/Mãe Manual de instruções.

Faz parte da boa convivência com a babá perceber que ela é uma importante aliada na educação dos filhos, mas a responsabilidade da criação continua sendo da mãe e do pai. “É ótimo ter alguém para ajudar a cuidar da criança, mas o papel dos pais é fundamental em seu desenvolvimento social, psicológico e biológico”, explica Roberta.

A terapeuta também alerta que os pais não devem se acomodar pelo fato de ter alguém ajudando no dia a dia. “Muitas vezes, os próprios pais deixam de participar da vida dos filhos por comodismo diante da presença da babá.”

Eles amam mais a babá do que eu
O cenário é mais comum do que se imagina: os pais, que trabalham o dia inteiro, só conseguem ficar com os filhos ao final do dia, quando já estão cansados e cheios de tarefas para colocar em ordem.

Os filhos por outro lado, querem dividir com os pais as experiências vividas durante o dia e, quando não encontram neles a disponibilidade para ouvir suas conquistas e medos diários, depositam na figura da babá, a confiança que deveriam encontrar no pai e na mãe. “Os filhos precisam ser ouvidos, receber e dar carinho e eles esperam que essa troca aconteça com os pais”, explica Vera. “Quando os laços afetivos entre pais e filhos são estabelecidos de maneira saudável nos primeiros anos de vida, não há nada nem ninguém que os substitua. Pais são pais. O que pode acontecer é a criança procurar a babá como válvula de escape diante da ausência deles”, afirma.

Para evitar a competição entre pais e babás e a acabar com a síndrome do  “ela é mais importante que eu”, as especialistas dão as dicas:

– Mantenha-se presente no dia a dia das crianças, mesmo que seja por telefone

– Ao chegar, retome seu papel de mãe ou de pai e mostre que está por dentro de tudo o que aconteceu durante sua ausência

– Dedique um tempinho para conversar com seus filhos ao final do dia. Isso fará com que eles não busquem na babá, o carinho e a atenção que esperam de você

– Não tente competir com a babá, ela não está roubando seu espaço.

-Mostre aos seus filhos que a autoridade é sua, e a responsabilidade durante a sua ausência é da babá. Muitos pais não conseguem aceitar sua própria escolha e se sentem mal com o espaço que a babá ganha. O ideal é aceitar que precisa de um auxílio na educação dos pimpolhos e compreender que isso não o fará se tornar um pai ausente. 

Antes de contratar a Babá, preste atenção em:
– Referências de outras casas em que a babá trabalhou

– Aspectos pessoais, como religião e estilo de vida. “Muitas vezes a babá tem ótimas referências, só que não tem um comportamento muito compatível com os valores que você quer passar para os seus filhos. É melhor ver isso antes da contratação”, recomenda a psicóloga Vera Zimermann.

– Fique de olho no jeito como a babá trata a criança: “É melhor testar por uns dias, pois, às vezes, a pessoa é levada a aceitar o emprego por necessidades financeiras ou até pessoais, mas não leva o menor jeito com os pimpolhos”, explica Vera.  

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