Radicais livres podem afetar moléculas biológicas

O organismo humano possui uma habilidade incrível de adaptação. Quando submetido rotineiramente a um processo de estresse, o corpo sofre adaptações para atingir o equilíbrio.

Um bom exemplo é a respiração. Durante o metabolismo do oxigênio para a produção de energia, uma pequena parte dele, estima-se, aproximadamente 5% não se converte em energia, dando origem aos radicais livres – moléculas com existência independente que são produzidas no decorrer do nosso processo respiratório.

Os radicais livres são átomos com um elétron de carga negativa que reagem com outros átomos de carga positiva, causando danos às células do corpo. Sua produção é constante e faz parte do metabolismo, que utiliza o sistema de defesa do organismo para neutralizar a ação prejudicial dos elétrons.

O problema está no excesso de radicais livres no organismo, que pode levar a um colapso do funcionamento celular, resultando em baixa resistência imunológica e no processo degenerativo do corpo, promovendo o envelhecimento precoce das células.

Estresse oxidativo

Esse excesso pode ser causado por situações que levam ao desgaste físico, como o uso de cigarro, a poluição, ingestão de álcool, altas temperaturas, umidade e atividade física intensa, além de estado emocional que provoca estresse.

“Estratégias de defesa antioxidante foram desenvolvidas para as células lidarem com a toxicidade do oxigênio”, explica a nutricionista Emília Ishimoto, mestre e doutora em Saúde Pública.

Entretanto, quando a formação de radicais livres excede a capacidade antioxidante celular, ocorre uma condição denominada estresse oxidativo.

“Ou seja, um desequilíbrio entre agentes oxidantes e antioxidantes, que pode ser bastante danoso às células”, completa.

O estresse oxidativo tem sido associado ao desenvolvimento de diversos distúrbios e doenças degenerativas, como câncer, doenças cardiovasculares, diabetes, doenças neurodegenerativas (parkinsonismo e Alzheimer), catarata, artrite e disfunções cognitivas.

De acordo com a especialista, o LDL-colesterol, por exemplo, pode ser “atacado” por um radical livre, gerando óxidos de colesterol – fenômeno que contribui para o desenvolvimento de placas de ateroma, que evolui para a aterosclerose, uma das principais causas da doença isquêmica do coração.

“Esses efeitos variam de pessoa para pessoa, dependendo da idade, da saúde do organismo, da qualidade de vida e dieta”, ressalta a nutricionista.

Antioxidante

A idade, inclusive é um fator agravante para a geração do estresse oxidativo já que o consumo de antioxidantes acima dos 60 anos, tende a diminuir devido a uma série de fatores inerentes ao envelhecimento, como redução da ingestão de alimentos e da capacidade de absorção pelo trato digestivo. Além disso, nessa faixa etária, o organismo tende a reduzir a capacidade de prevenir e remover os produtos de oxidação e há maior possibilidade de geração de radicais livres.

O termo antioxidante é utilizado para denominar a função de proteção celular contra os efeitos danosos dos radicais livres. Alguns nutrientes, naturalmente presentes ou adicionados nos alimentos, possuem essa propriedade.

Para enfrentar esses “inimigos”, o organismo necessita de mais substâncias do que aqueles que conseguem produzir, principalmente em épocas de doença ou de exposição à poluição.

A única maneira de minimizar esses estragos é suprindo o organismo com vitaminas e minerais adequados para combat&e,circ;-los, como as vitaminas A, C e E. Atreladas ao zinco, as vitaminas fortalecem o sistema imunológico, auxiliando no combate a gripes, resfriados e outras infecções. Aliada à alimentação equilibrada, deve-se evitar radiação solar inadequada, não fumar, não beber em excesso e realizar exercícios físicos regularmente.

Combinação benéfica

Alguns estudos provaram que alimentação rica em hortaliças e frutas está associada com a baixa incidência de doenças crônico-degenerativas, como alguns tipos de câncer (pulmão, mama, próstata) e doenças cardiovasculares, efeitos fotoprotetores, como também efeitos de substituição hormonal.

Um exemplo: o consumo de soja é eficaz na redução do risco de doença cardíaca coronariana e na redução dos níveis de LDL (mau colesterol) e aumento de HDL (o bom colesterol).

Nenhum alimento isolado pode proteger-nos dos danos causados pelos radicais livres, mas a combinação certa de determinados alimentos pode ajudar a fortalecer o sistema imunológico. Uma combinação de nutrientes é muito benéfica, uma vez que todos desempenham papéis de proteção. A suplementação de vitaminas e minerais pode ser uma estratégia a ser utilizada para complementar os nutrientes que a alimentação não conseguir suprir.

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