Aparelhos como ar-condicionado, aquecedores e ventiladores, criados para dar conforto às pessoas, também podem ser os causadores de diversas doenças respiratórias. A falta de manutenção e limpeza desses equipamentos coloca em risco a vida de quem se expõe constantemente a ambientes climatizados. A grande preocupação são os lugares com grande circulação, como hospitais, escritórios, restaurantes ou prédios públicos.
De acordo com o professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e chefe do Laboratório de Função Pulmonar do Hospital de Clínicas, João Adriano de Barros, ninguém se preocupa com a qualidade do ar e por isso está cada vez maior o número de pessoas com problemas respiratórios. Segundo ele, somente em Curitiba 35% da população sofre com rinites e outros 10% tem asma. ?Hoje em dia as crianças que moram nas grandes cidades passam a maior parte do tempo em apartamentos fechados, sem contato com animais ou outros ambientes comuns a quem mora no interior. Isso faz com que o sistema imunológico da criança não seja estimulado e ele acabe portador de doenças respiratórias?, falou.
O professor acrescentou que essas pessoas que já têm pre disposição para alergias, podem ter seus quadros agravados quando expostos a ambientes climatizados sem a devida manutenção. ?Eles podem desenvolver quadros agravados de rinite, sinusite ou asma brônquica, muito mais graves dos que as pessoas que não tem pre-disposição para o problema, que geralmente sofrem com pneumonia de hipersensibilidade?, explicou. Barros destacou que os vilões desses problemas são os fungos, ácaros e bactérias que se proliferam nos sistemas dos equipamentos de climatização de ambientes.
Para manter o ambiente puro, diz o médico, é preciso limpar o ar-condicionado a cada seis meses. Porém, se o modelo for com filtros externos, a limpeza precisa ser diária. João Adriano de Barros alerta que o cuidado com a limpeza também é extensivo aos veículos, ?pois o ar-condicionado dos carros também se torna ambiente para a proliferação desses organismos?.