Obesidade: Nem toda fórmula para emagrecer é vilã

?Os remédios para emagrecer são realmente uma tentação, especialmente quando estamos fragilizadas e desesperadas para eliminar muitos quilos de forma rápida e sem muitos sacrifícios. Pena que podem fazer muito mal à saúde e podem se tornar uma falsa promessa de emagrecimento, uma vez que, assim que você pára de tomá-los, engorda tudo outra vez.? Este depoimento é uma amostra da visão atual que a população tem sobre os remédios para emagrecer.

Na contramão dessa tendência e contrariando a onda de preconceito contra o uso de remédios como auxílio nos programas de emagrecimento, o médico curitibano Emerson Fischer, especializado em redução e controle do peso, defende o uso de certos tipos de drogas ? e não apenas fórmulas naturais ou fitoterápicas, nesse tipo de tratamento. Para ele, os mitos e preconceitos em torno dos remédios usualmente utilizados são decorrência da falta de cuidados de alguns médicos, que prescrevem indiscriminadamente substâncias repletas de contra-indicações.

“As pessoas têm uma opinião errada sobre o uso de remédios para emagrecer, que se bem prescritos são aliados e não vilões”, enfatiza. Além disso, segundo Fischer, o paciente deve ser sempre orientado a fazer uma reeducação alimentar, reduzindo a quantidade de alimento ingerido, sem, no entanto, cortar os alimentos de que mais gosta. “O objetivo principal do uso de remédios não é fazer o paciente parar de comer, e sim, fazer com que aprenda a comer corretamente?, insiste o médico, explicando que, assim, quando ele suspender o uso da medicação, saberá como se alimentar, sem se privar de nada.

Depressão e ansiedade

Fischer lembra ainda que, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade (e suas conseqüências) é a segunda causa de morte no mundo, ficando atrás apenas do tabagismo. O médico alerta que a hiperalimentação também está ligada a fatores como depressão e ansiedade, fazendo com que a boa vontade do paciente não seja suficiente para conseguir o emagrecimento, necessitando, assim, de apoio medicamentoso. “Enquanto a obesidade não for tratada como uma doença, os medicamentos também não serão levados a sério”, adverte.

Já o psicólogo Marco Antonio de Tommaso, credenciado pela Associação Brasileira para Estudos da Obesidade (Abeso), diz que não se trata de ser a favor ou contra a medicação. Ele afirma que 90% das pessoas que tomam remédios para emagrecer o fazem por uma questão puramente estética, muitas vezes sem prescrição de um medico; aí o perigo redobra. Conforme o especialista, no tratamento do emagrecimento temos que considerar que, em muitos casos, comida e peso são a cadeia final de um intrincado sistema. Quando associados com desamor, baixa auto-estima, rejeição ou problemas emocionais, pessoais ou familiares, não haverá sucesso apenas com medicamentos e dieta. ?Eles podem ser necessários, mas não suficientes?, frisa.

MODERAM , SACIAM, INIBEM

Os medicamentos mais usados atualmente em tratamento para emagrecer, de acordo com Eduardo Fischer, podem agir de três maneiras diferentes: inibindo o apetite, estimulando a saciedade ou bloqueando a absorção intestinal de gorduras. Para esclarecer sobre as substâncias e seus efeitos, o médico cita alguns exemplos:

Moderadores de apetite: dietilpropiona (também chamado de anfepramona), femproporex e mazindol.

Sacietógenos: medicamentos que têm como principal mecanismo de ação estimular a sensação de saciedade. São aliados no combate à obesidade associada à compulsão alimentar. Entre eles, está a sibutramina (Reductil).

Inibidores da absorção de gordura, representado pelo Orlistat. Sua ação consiste na inibição da absorção intestinal de cerca de 30% da gordura ingerida. Isso pode representar uma ajuda significativa se a pessoa conseguir controlar sua alimentação.

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