O idoso no trânsito

O aumento da população idosa, sua maior concentração nas grandes cidades, a melhoria da qualidade de vida deste segmento populacional, fazendo com que as pessoas saiam mais de casa, e o aumento da frota de veículos automotores constituem condições que passam a preocupar as autoridades do trânsito. Importante é encarar o idoso como motorista e como pedestre e adotar medidas preventivas que reduzam os acidentes, como colisões e atropelamentos e as suas conseqüências muitas vezes fatais.

Reconhecemos que o organismo que envelhece apresenta limitações, tais como:

– Alterações anatômicas e funcionais que comprometem a visão, audição, velocidade dos reflexos, menor resposta aos estímulos e ao estresse;

– Presença de doenças físicas e mentais de caráter crônico que poderão limitar a coordenação motora, a atenção e os movimentos, como os tremores e a redução da força e do equilíbrio;

– Estar fazendo uso de medicamentos que causam sedação, sonolência diurna e alterações da concentração e dos reflexos;

– Fazer uso de bebidas alcoólicas que, quando associadas a medicamentos apresentam conseqüências nefastas.

Importante para o motorista idoso é saber respeitar as suas limitações e observar as medidas preventivas. Em relação ao idoso como pedestre, observa-se que a maioria dos atropelamentos que ocorrem nas grandes cidades envolvem pessoas idosas. Este número poderá ser reduzido, adotando-se medidas preventivas, tais como:

– Utilize a faixa de pedestre e os pontos sinalizados, observando o tempo do sinal;

– Olhe para ambos os lados antes de atravessar, sendo importante que você veja e seja visto;

– Espere os veículos pararem totalmente para, depois, atravessar a rua;

– Observe as irregularidades do solo, como saliências ou buracos, devido ao risco de quedas;

– À noite, atravesse a rua em locais iluminados e evite usar roupas escuras;

– Caminhe pela calçada, distante do meio-fio;

– Os cuidados devem ser redobrados em dias de chuva;

– Utilize as passarelas, quando resistentes;

– Ao desembarcar de um veículo, espere parar totalmente;

– Respeite o passageiro do ônibus, ele também é pedestre, tomando cuidado para não tropeçar na escada do ônibus;

– No ônibus, procure viajar sempre sentado, pois uma parada brusca poderá resultar em queda;

– Se estiver caminhando em uma estrada, ande no sentido contrário aos veículos para ser visto pelos motoristas;

– Se necessário, utilize uma bengala como medida de segurança.

Respeito e cuidados mútuos entre pedestres e motoristas constituem condições básicas para reduzir o número de ocorrências no trânsito.

Luiz Bodachne

é médico geriatra do Hospital Universitário Cajuru da Pontifícia Universidade Católica do Paraná.

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