O idoso e os remédios prevenindo riscos

Embora a velhice não seja considerada como doença, estima-se que mais de 70% das pessoas com 60 ou mais anos de idade apresentam alguma problema de saúde. A presença de doenças crônicas, como pressão alta, diabete melito, doenças cardiovasculares, respiratórias, osteoarticulares, neurológicas, psiquiátricas, genito-urinárias e outras, muitas vezes associadas, fazem com que a utilização de remédios seja maior nessa faixa etária.

As alterações anatômicas e fisiológicas que acompanham o processo de envelhecimento fazem com que ocorram modificações na absorção, distribuição, metabolismo hepático e eliminação principalmente renal e hepática dos remédios, além das interações que podem ocorrer entre eles, somadas as modificações determinadas pelas próprias doenças. A par de grandes consumidores de remédios, aproximadamente 40% de todas as prescrições médicas, os idosos são adeptos da automedicação, às vezes com prejuízo para a própria saúde.

Em paralelo ao diagnóstico correto e das peculiaridades do próprio paciente idoso, relacionamos algumas medidas que devem ser adotadas no sentido de evitar intoxicações, responsáveis por 10 a 30% de todas as hospitalizações.

* O tratamento medicamentoso tem por objetivo principal controlar as doenças, muitas de caráter crônico, melhorando a qualidade de vida do paciente.

* É importante o acompanhamento de um familiar durante a consulta médica, no sentido de esclarecer a maneira de tomar os remédios, evitando erros de dosagens, modo de usar e vias de administração.

* A receita deve ser clara para o paciente e familiares (letra legível), usando linguagem simples para explicar a prescrição.

* Cabe ao médico escolher as apresentações que sejam mais acessíveis para o idoso, com evitar a administração de gotas para pacientes com tremores, alterações mentais ou deficiência visual.

* Tome os remédios na hora certa, conforme orientação do médico, de preferência com água.

* Não tome remédios em ambientes com poucas luz ou sem óculos, se usa, para não errar a embalagem e a dose.

* Jogue fora os restos de remédios ou produtos vencidos.

* Não compre remédios que foram indicados por vizinhos ou amigos, sem antes consultar seu médico.

* Se sentir algum sintoma diferente ao tomar remédio, consulte seu médico imediatamente, pois qualquer medicamento, por mais seguro que seja, não está livre de riscos, como efeitos colaterais, alergias e intoxicações, inclusive os remédios caseiros.

* Cuide-se com os remédios para rejuvenescer, pois o tão esperado elixir da longa vida ainda não foi descoberto.

Importante é o uso racional de remédios para o paciente idoso. Na dúvida, converse sempre com o seu médico.

Luiz Bodachne

é médico geriatra do Hospital Universitário Cajuru da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Telefones: 330-1506 e 330-1708.

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