O especialista: Nas células-tronco, a esperança

ms1230806.jpgA célula-tronco é uma célula com capacidade de gerar inúmeras vezes novas células. Quando as células-tronco geram células semelhantes, denomina-se capacidade de replicação. Quando as células-tronco geram as 220 diferentes células que irão formar nossos tecidos e órgãos, denomina-se capacidade de diferenciação.

Aprendemos muito com a aplicação de células retiradas da medula óssea para o tratamento de doenças hematológicas, como a leucemia. O professor Ricardo Pasquini iniciou estudos há mais de 15 anos e transformou o Hospital de Clínicas da UFPR em um centro de referência nacional. Em 1998, a equipe do biólogo James Thomson, na Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, tornou o sonho da biotecnologia uma realidade ao isolar as primeiras células-tronco de embriões humanos e hoje detém a maioria das patentes sobre linhagens de células-tronco humanas em seu país.

Ainda em 1998, o embriologista John Geahart, da Universidade Johns Hopkins, também nos Estados Unidos, isolou as células embrionárias germinativas humanas, derivadas do cordão umbilical de recém-nascidos. As células-tronco embrionárias e aquelas isoladas do cordão umbilical têm suas capacidades de replicação e de diferenciação mais fortes e com contínuo efeito multiplicador, denominado capacidade tutipotente. Embora essas células sejam as mais úteis para aplicações experimentais e humanas, elas se envolvem em discussões éticas e de praticidade.

O emprego de célula-tronco em sua grande maioria ainda é experimental ou com aplicação humana consentida e fazendo parte de estudos clínicos multicêntricos. Existem diversos avanços observados nas áreas da cardiologia, neurologia e endocrinologia com o emprego de células-tronco retiradas da medula de ossos longos, como da bacia e do fêmur. A UFPR com apoio de diversos centros de fomento científico, como o CNPq, Ministério da Saúde, Secretaria Estadual da Saúde, Secretaria de Ciência e Tecnologia e em parceria com a Pontifícia Universidade Católica de Porto Alegre, por meio do professor Jaderson Costa da Costa, está inovando com estudos nas áreas da cardiologia (cardiomiopatia dilatada, insuficiência coronária, doença de Chagas) e da neurologia (atrofia cerebelar, hemiplegia, epilepsia, etc.). A nossa grande expectativa é que se possa aplicar a célula-tronco, em um prazo não distante, para doenças como Alzheimer, epilepsia, cardiomiopatia dilatada, insuficiência coronária, diabete e outras.

Danton R. Rocha Loures, cirurgião cardiovascular dos hospitais Evangélico e Pilar, professor titular da UFPR.

Voltar ao topo