O câncer de próstata não escolhe sua vítima

O câncer de próstata começa a incomodar aos homens a partir dos 45 anos de idade, apesar da sua maior ocorrência acontecer, em média, 20 anos depois, aos 65 anos. Os homens com essa idade que sentem dores para urinar, apresentam jato urinário fraco e sangramento, devem procurar sem demora auxílio médico para investigar as causas desses distúrbios. ?Esses sinais podem indicar a ameaça de um câncer de próstata e o diagnóstico precoce, como nos outros tipos de câncer, ainda é a melhor forma de prevenção?, reconhece Valdir de Paula Furtado, chefe do serviço de hepatologia e oncologia do Hospital Pilar.

Ainda existe muito preconceito a respeito do exame de toque retal, a melhor forma de se diagnosticar a doença ? as outras são a dosagem do antígeno prostático especifico (PSA) e a ecografia pélvica. De acordo com Furtado, talvez seja por isso que cerca de 400 mil homens na faixa etária dos 45 anos sofram da doença, mesmo sem saber da sua existência. Dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) apontam que, a cada ano, são diagnosticados perto de 40 mil novos casos de câncer de próstata, com os óbitos chegando a quase nove mil casos. Por isso, todas as campanhas promovidas pela SBU têm o objetivo de sensibilizar e orientar a população masculina sobre a necessidade de deixar a vergonha de lado e realizar os exames.

O risco da impotência

?Esse tipo de câncer não tem uma causa específica, não é errado dizer que é uma doença da idade?, realça Valdir Furtado, salientando que até agora não foi provada a existência de causas ambientais ou nutricionais que levem à doença. Em casos iniciais, isto é, quando o tumor ainda se restringe à próstata, o tratamento é cirúrgico. Faz-se a retirada de toda a próstata, o que, na maioria das vezes, é curativo. Quando o tumor se alastra, faz-se um tratamento à base de hormônios, com a finalidade de neutralizar os efeitos da testosterona, o hormônio masculino.

Geralmente, o combate ao câncer de próstata exige a associação de vários métodos, como radioterapia, quimioterapia ou braquiterapia.

Um dos maiores tabus, advindos da doença, é a relação dos procedimentos cirúrgicos na próstata e a impotência sexual. Os especialistas, no entanto, garantem que, quando o procedimento cirúrgico é realizado para tratar a doença conhecida por hiperplasia benigna da próstata, dificilmente o paciente terá algum problema com ereção no pós-operatório. Por outro lado, a disfunção erétil, como também é conhecida a impotência, é mais incidente quando o câncer está em fase adiantada e o tratamento inclui a remoção da próstata e vesículas seminais.

Novo método traz mais esperanças

Um novo exame para diagnóstico do câncer de próstata amplia as chances de detecção da doença de forma significativa. O teste, chamado espectroscopia, é feito por um software acoplado a um equipamento de ressonância magnética e capta as imagens em alta resolução, realizando uma leitura bioquímica das substâncias produzidas pela próstata. ?Um especialista, ao analisar a dosagem de cada substância, identifica aquelas que estão em quantidade acima do normal, avaliando se o paciente está ou não com câncer?, explica o radiologista Guilberto Minguetti, do Cetac. A partir dessa medição é possível determinar a localização exata de um nódulo, por menor que ele seja. O exame tem como objetivo trazer informações distintas e complementares ao diagnóstico, sem, no entanto, substituir os exames clínico, laboratorial e por imagem (ultra-som), incluindo a biópsia.

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