Novo tratamento dá esperanças para pacientes portadores de hepatite C

Um estudo de autoria do Dr. Fernando Gonçales, da UNICAMP (Universidade de Campinas), apresentado nesta semana no Congresso Brasileiro de Infectologia, realizado em Belo Horizonte, demonstra sucesso no tratamento da hepatite C com alfapeginterferona 2 b (dose-peso), mais ribavirina, em pacientes recidivantes (com recaídas) e não-respondedores (que não conseguiram sucesso anteriormente com o tratamento convencional).

De acordo com o estudo – feito com 133 pacientes de sete hospitais brasileiros -, 62% dos recidivantes e 38% dos não-respondedores alcançaram resposta virológica sustentada (situação em que vírus não é mais detectado no organismo). Essa taxa é uma das maiores observadas em todo o mundo nesta população de pacientes. A conclusão do estudo brasileiro é de que a administração de alfapeginterferona 2 b (PegIntron) e ribavirina, ajustadas ao peso do paciente, proporcionam melhores taxas de resposta virológica sustentada em recidivantes e não-respondedores.

Pacientes co-infectados

Ainda no mesmo congresso, em Belo Horizonte, o médico espanhol Vicent Soriano, do Hospital Carlos III, de Madri, apresentou, em um simpósio satélite da Schering-Plough, estudo sobre o tratamento de pacientes co-infectados pelo vírus da hepatite C e pelo HIV. Dados epidemiológicos mostram que aproximadamente 30% dos pacientes HIV positivos também podem estar infectados pelo vírus da hepatite C.

Calcula-se que existam 10 milhões de pessoas em todo o mundo com as duas doenças, fato que leva esses pacientes a evoluírem muito rapidamente para a fibrose e para a descompensação hepática. O estudo espanhol, apresentado pelo Dr. Soriano, mostra números muito animadores. Os pacientes co-infectados foram tratados com alfapeginterferona 2 b – PegIntron (dose-peso), mais ribavirina e do total de 52 pacientes, 44% alcançaram resposta virológica sustentada, também uma das mais altas taxas já publicadas nesta população.

Hepatite C

A Hepatite C Crônica é uma doença grave que quando não tratada pode evoluir para a cirrose hepática e hepatocarcinoma (câncer de fígado). Atualmente a hepatite C é a primeira causa dos transplantes realizados no Brasil. Estima-se que existam no mundo cerca de 170 milhões de pessoas infectadas pelo vírus da Hepatite C. No Brasil as projeções indicam que existam 3 milhões de pessoas  infectadas.

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