Nova técnica traz de volta a mobilidade perdida

O engenheiro civil Nilson Federman, 50 anos, começou a sentir dores fortes no quadril ao jogar tênis, e passou dois anos sem saber ao certo a causa do problema. ?Tentei várias terapias alternativas, fisioterapia, medicina ortomolecular, mas só descobri o que tinha quando fui ao ortopedista.? O diagnóstico foi de necrose da cabeça do fêmur – mal que leva diversos pacientes a doenças como a artrose de quadril, uma doença que causa limitações tanto físicas quanto psicológicas em seus portadores.

Diagnosticado corretamente, ele se submeteu a uma cirurgia, teve um pós-operatório indolor e depois de apenas um mês de fisioterapia já recuperou praticamente todos os movimentos. ?Antes eu tomava dois comprimidos de antiinflamatório por dia, e hoje não sinto dor alguma. Minha qualidade de vida melhorou muito?, reconhece.

Assim como Federman, muitos pacientes não precisam mais se conformar em limitar parte de suas atividades físicas em razão de dores, próteses ou cirurgias convencionais. Novas tecnologias e materiais têm garantido aos pacientes uma qualidade de vida bastante semelhante – se não igual – à que tinham antes da necrose. Um exemplo é a técnica de recapeamento do quadril, um novo procedimento que permite ao paciente recuperar praticamente toda a mobilidade e voltar a fazer atividades de alto impacto com segurança.

Alto impacto

O ortopedista Ricardo Affonso Ferreira explica que o aumento da população brasileira com mais de 40 anos ?é o principal responsável pelo aumento da procura por novas tecnologias, materiais e procedimentos relativos às próteses?. Hoje, constata o especialista, se uma pessoa sofre um acidente aos 40 ou 50 anos, dificilmente se contenta em não poder voltar plenamente à suas atividades físicas ou a ter seus movimentos limitados para o resto da vida.

Causa de fortes dores no quadril, a necrose da cabeça femoral está freqüentemente associada à ingestão de álcool, ao uso de corticóides e ao fumo, embora em parte das ocorrências as causas da doença ainda sejam desconhecidas. A prática de atividades de alto impacto também causa necrose.

O tratamento da necrose da cabeça femoral está basicamente relacionado à fase da doença. A falta de suporte ocasionada pela morte do osso dá início à destruição da junta do quadril e, conseqüentemente, doenças como a artrose. No estágio mais avançado da doença, não resta alternativa senão o uso de próteses. A grande novidade deste tratamento, entretanto, é o uso da técnica de recapeamento, no qual a cabeça do fêmur é mantida, o osso morto retirado, e o resto da cabeça femoral recoberta por capa metálica. O material usado no recapeamento, além de apresentar durabilidade maior, não precisa ser substituído com a mesma freqüência que as próteses utilizadas atualmente.

Outra vantagem consiste na recuperação da cirurgia, geralmente muito rápida. O procedimento garante ainda que o paciente retorne a suas atividades físicas sem qualquer tipo de restrição – o que normalmente não acontece com as cirurgias convencionais, que exigem o abandono de esportes e de atividades de alto impacto.

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