Ministério da Saúde faz campanha para identificar hepatite

A professora Liliane Chmielewski descobriu que era portadora de hepatite B quando foi doar sangue. Como nunca apresentou qualquer sintoma que despertasse sua atenção, nem desconfiava que tinha a doença. ?Eu fiquei surpresa com o resultado, pois nunca imaginei que poderia ter hepatite?, falou.

A história de Liliane é semelhante à de muitas pessoas que descobrem por acaso que são portadoras do vírus, já que a doença é considerada uma epidemia silenciosa. A coordenadora da Divisão de Relações Comunitárias do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar), Vera Hirata, destaca que mesmo o banco de sangue não tendo papel de diagnóstico, acaba fazendo essa função. Segundo ela, várias bolsas de sangue são descartadas pela suspeita de algum problema.

A coordenadora do Hemepar explica que uma amostra dos 450 ml de sangue doados são retirados para a realização de sete exames, entre os quais, hepatites B e C. Do total de mais de 130 mil bolsas coletadas no ano passado nas 24 unidades do Hemepar, cerca de 6% apresentaram a presença ou anti-corpos do vírus da hepatite. ?Todos os doadores são comunicados e convidados para refazer o exame. Mas antes mesmo da confirmação esse material é descartado?, falou.

Campanha

Apesar dos casos confirmados em bancos de sangue, o número de portadores da doença deve ser muito maior. Por isso o Ministério da Saúde está promovendo uma campanha para incentivar as pessoas a fazerem o teste de diagnóstico das hepatites B e C, nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) de todo o País. Devem fazer o exame principalmente as pessoas que receberam transfusão de sangue antes de 1993, quando a hepatite C ainda não era identificada nos exames laboratoriais.

A coordenadora do Programa Nacional de Hepatites Virais do Ministério, Gerusa Figueiredo, destaca que também devem fazer os testes quem teve contato com materiais cortantes ou perfurantes ou que se sentem sob risco, como por exemplo, quem fez tatuagem, colocou piercing, compartilhou agulhas, aparelhos de barbear, escovas de dente ou freqüentou salão de beleza e não sabe see os equipamentos foram esterilizados. A mesma orientação vale para quem teve muitos parceiros sexuais nos últimos tempos.

As hepatites são doenças infecciosas que levam à inflamação do fígado, podendo causar a morte. A coordenadora do programa estadual de hepatites virais da Secretaria de Saúde do Paraná, Márcia Gil Aldenucci diz que, ao contrário do que muita gente pensa, nem sempre a pessoa que está com hepatite apresenta sintomas como pele amarela, urina escura e fezes brancas. ?Por isso é importante que todos façam o teste, e desde que identificado, comece o tratamento?, falou.

Em todo o Paraná os testes de diagnóstico de hepatites podem ser feitos em 24 CTAs. Para saber qual o local mais perto basta ligar para a ouvidoria da secretaria através do telefone 0800-6444414. 

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