Menopausa não é doença e sintomas são variados

É muito comum ouvir falar sobre o tratamento da menopausa. No entanto, nem todas as mulheres sabem exatamente quando ela chega.

Muitas vezes sintomas, como fogachos, suores noturnos, redução do desejo sexual e ausência da menstruação, nem sempre, significam que a mulher já está na menopausa.

Apesar desses sintomas serem mais comuns nesta fase da vida, é preciso entender que existe também a perimenopausa.

Esse é o termo médico usado para denominar a fase de transição que marca o fim da vida reprodutiva feminina.

“É a fase que antecede a menopausa”, explica a bioquímica Carolina Ynterian. O período é marcado por mudanças endócrinas, biológicas e clínicas. De acordo com a especialista, a perimenopausa é a aproximação da ultima menstruação e pode durar vários anos. Ela surge normalmente por volta dos 45 anos e deve-se à diminuição de estrogênio, hormônio feminino que é produzido pelos ovários.

Efeito genético

Durante esse período, o corpo da mulher passa por diversas mudanças e é preciso estar atenta para não tomar nenhuma atitude precipitada, pois os sinais aparecem um pouco antes da fase exata da menopausa.

A mulher só pode considerar que está na menopausa após um ano da ausência do sangramento. Mesmo sem ter certeza, muitas optam por iniciar um tratamento de reposição hormonal, porém esse processo não é o mais recomendado.

Os principais vilões da menopausa antecipada, de acordo com os especialistas, são o estresse e o fumo. Uma pesquisa realizada entre mulheres acima de quarenta anos que cumprem jornada de trabalho diária apresentou maior tendência que elas iniciassem a menopausa antes da idade média em que o evento acontece: perto dos 52 anos de idade.

De acordo com os pesquisadores, os efeitos se revelaram ainda maiores entre aquelas que sofrem de depressão. O estudo apontou, também, como esperado, que a genética é um fator determinante para o início da menopausa. Algumas mulheres avaliadas chegaram ao fim do ciclo menstrual na mesma idade que suas mães.

Terapia hormonal

A menopausa, assim como a andropausa nos homens, não é uma doença. É um processo natural pelo qual o corpo passa ao envelhecer. E não é algo que mulheres e homens devam obrigatoriamente tratar. Tudo depende dos sintomas: se são toleráveis ou se chegam a atrapalhar a qualidade de vida.

No segundo caso, a Associação Brasileira de Climatério (Sobrac) recomenda a necessidade de um tratamento de reposição hormonal (TH) -reposição de estrogênio e progesterona por meio de pílulas e adesivos.

A menopausa refere-se à última menstruação que se apresenta pela diminuição da função ovariana com redução dramática da produção de estrogênios. A maioria dos casos ocorre entre os 45 e 55 anos. Na América Latina a média etária em que as mulheres experimentam a menopausa é aos 50 anos, similar à média mundial.

O aumento notável da expectativa de vida nos países sul-americanos, que no caso das mulheres é de 72 anos, condicionou que um terço de suas vidas ocorra durante a pós-menopausa, ou seja, na etapa do climatério que começa um ano depois da última menstruação.

Em 1990, contava-se com 467 milhões de mulheres em idade pós-menopáusica no mundo e destas, 60% encontravam-se em países em desenvolvimento. Para o ano 2030 estima-se que o índice chegue a 76% em países em desenvolvimento.

Menopausa não é doença

A menopausa é a parada de funcionamento dos ovários. Ou seja, os ovários deixam de produzir os hormônios estrógeno e progesterona. Não é uma doença, é apenas um estágio na vida da mulher.

A principal característica da menopausa é a cessação das menstruações. No entanto em muitas mu,lheres este período é marcado por irregularidades menstruais, menstruações mais escassas, hemorragias, menstruações mais ou menos frequentes.

Não existe idade pré-determinada para o início dessa fase. Geralmente ocorre entre os 45 e os 60 anos. Alguns estudos apontam que a idade média para os sintomas aparecer é, em média, 52 anos. Em alguns casos pode ocorrer a partir dos 40 anos sem que seja considerado um problema. Também não há relação entre a primeira menstruação e a idade da menopausa.

Tratamento individualizado

A terapêutica hormonal (terapia de reposição hormonal) alivia efetivamente os sintomas do climatério, proporcionando melhor qualidade de vida às mulheres.

Além disso, no entender do professor titular de Tocoginecologia da Universidade Federal do Paraná, Almir Urbanetz, uma grande vantagem é a prevenção e o tratamento da osteoporose (redução da massa óssea que provoca o aumento do risco de fraturas).

Para indicar a terapia, o consenso da Sobrac posiciona que o médico deve observar se os sintomas da menopausa interferem na qualidade de vida da paciente.

“Nesses casos, os estudos científicos apresentam benefícios comprovados”, destaca Alberto Soares Pereira Filho da Sobrac. No entanto, as contraindicações devem ser igualmente avaliadas.

O médico deve verificar se a paciente possui antecedentes ou riscos elevados de doenças, como endometriose, câncer de mama e doença hepática, além de apresentar sangramento vaginal não diagnosticado.

Muitos dos efeitos benéficos e adversos da terapia estão relacionados à dose hormonal, por isso, a tendência é que ela seja reduzida, proporcionando menores riscos no tratamento.

“A menor dose efetiva é a mais indicada”, avisa Urbanetz, salientando que o tratamento deve ser individualizado, pois é preciso acompanhar a manutenção dos benefícios, a melhora da qualidade de vida e o possível surgimento de efeitos adversos.

Sintomas percebidos

*Ondas de calor
*Suores noturnos
*Insônia
*Menor desejo sexual
*Irritabilidade
*Depressão
*Ressecamento vaginal
*Dor durante o ato sexual
*Diminuição da atenção e memória