Médico dá palestra sobre morte súbita

A morte súbita foi tema de uma palestra ontem na clínica cardiológica Constantini, em Curitiba, durante o seminário científico Avaliação das Emergências no Pronto-Atendimento Cardiológico. O assunto veio à tona depois que o jogador de futebol de Camarões Marc Vivian Foe, de 28 anos, teve morte súbita no fim de junho, durante partida contra a Colômbia na Copa das Confederações. O fato aconteceu na cidade francesa de Lyon e foi bastante comentado pelo mundo.

O presidente da Fundação Interamericana de Cardiologia, Sérgio Timerman, de São Paulo, explica que a morte súbita é uma interrupção elétrica do coração que na maioria das vezes ocorre por infarto agudo do miocárdio. Segundo dados do SUS, o problema atinge cerca de 160 mil pessoas por ano no país, número que é seis vezes maior que o de mortes por aids.

“Como o próprio nome diz, a morte súbita acontece sem aviso prévio”, alerta o médico. “Em 75% das vezes não apresenta sintomatologia. Cerca de 90% das mortes são causadas por uma arritmia chamada fibrilação ventricular, em que o coração bate desordenadamente, perdendo sua função de bombear o sangue.”

Estão mais sujeitas a terem morte súbita pessoas acima de 40 anos de idade com antecedência familiar de problemas no coração, fumantes, vítimas de diabetes, hipertensão arterial e colesterol. “Para prevenir a morte súbita as pessoas devem conhecer os fatores de risco e saber como agir diante de um caso, sendo que o único tratamento é o de desfibrilação, onde uma descarga elétrica é emitida para que o coração entre novamente em ritmo normal”, diz o cardiologista. “Se a desfibrilação não for feita em até cinco minutos após a queda, 50% das pessoas vítimas da morte súbita falecem. A partir do sexto minuto, as chances de falecimento são de 10% a cada minuto que passa.”

Alguns profissionais defendem a idéia de que aparelhos de desfibrilação devem estar sempre presentes em locais de grande concentração de pessoas, como aeroportos, estádios de futebol e shoppings centers. Existem no mercado, por cerca de cinco mil dólares, desfibriladores voltados a pessoas leigas. Assim, quando alguém tem uma morte súbita em um supermercado, por exemplo, se um desfibrilador estiver presente qualquer pessoa com um mínimo de conhecimento sobre o assunto pode utilizá-lo para tentar salvar a vida da vítima. O equipamento vai orientando o leigo sobre a forma como ele deve agir.

No último dia 19 de agosto, o senador Tião Viana (PT-AC) assinou um projeto de Lei prevendo a presença de desfibriladores em locais públicos de todo país.

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