Medicina Paliativa dá qualidade de vida ao paciente

maissaude_especialista.jpgA medicina paliativa, ainda um termo novo para os profissionais da saúde, surgiu para promover a melhoria da dignidade do paciente com doenças crônicas, proporcionando melhor qualidade de vida. Nesse sentido, o Hospital Erasto Gaertner, um dos únicos hospitais de Curitiba que contam com um setor específico para tratar desse paciente, atua de maneira integrada e multidisciplinar. Não basta apenas o médico para aliviar os sintomas da dor, mas é preciso contar com uma equipe de enfermagem especializada, psicólogos e voluntários. Segundo a Organização Mundial da Saúde, na América Latina 70% dos pacientes com câncer necessitam de cuidados paliativos.

No Dia Mundial dos Cuidados Paliativos, comemorado no dia 8 de outubro, a nossa discussão, como integrantes da recém-criada Academia Nacional de Cuidados Paliativos, é discutir a formação de profissionais da saúde especializados no tratamento do paciente crônico, buscando valorizar a nossa especialidade. Acreditamos que a medicina paliativa não se resume apenas na administração de morfina, mas de olhar com outros olhos o paciente que, nesse momento da vida, sofre outras dores além da dor física. Muitas vezes, um simples relato ao psicólogo traz à tona a verdadeira vontade do paciente, por isso precisamos estar preparados para que sejam atendidos os seus desejos por mais que nós, médicos, queiramos lutar por esse paciente com todos os recursos de que dispomos.

Em medicina paliativa abraçamos a causa pela qualidade de vida do paciente e, por conseqüência, da sua família, no curso de qualquer enfermidade crônica, ajustando o foco para os problemas encontrados no fim da existência. Entendemos que o cuidado paliativo deve ser inserido não apenas quando não há mais tratamento para o paciente, mas no momento em que esse tratamento é iniciado. Segundo a OMS, o cuidado paliativo se encontra no mesmo patamar das etapas de prevenção, detecção precoce e tratamento das doenças.

Nesse sentido, vamos lembrar a data com um encontro, no dia 7 de outubro, na PUCPR, a partir das 19 horas, com palestras que esclarecem sobre o novo momento da especialidade, cujo objetivo final é voltar seus olhos para os pacientes que necessitam do cuidado paliativo para viver com mais dignidade, respeito e cidadania.

Roberto Bettega, coordenador do serviço de Medicina Paliativa do Hospital Erasto Gaertner e diretor científico da Associação Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP).

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