Maternidade: Desejo de ser mãe é o primeiro passo

Do nascimento do primeiro bebê de proveta, Louise Brown, há 26 anos, até hoje, estima-se que foram realizadas mais de um milhão de concepções por algum tipo de método de fertilização em todo o mundo. Hoje em dia, falar de maternidade é um privilégio de quase todas as mulheres. Diversas delas terão este ano seu primeiro dia das mães. Ao mesmo tempo, tantas outras passarão por um momento de angústia, demorando um pouco mais para realizar o sonho.

Se depender dos avanços científicos, a maioria dos casais impossibilitados de gerar um filho, por motivos biológicos, emocionais ou simplesmente inexplicáveis, não perde por esperar. Quando o problema é infertilidade, técnicas de fertilização e os esforços de profissionais que se dedicam a essa missão podem solucionar o problema. Atualmente existem diversos tratamentos, entre os quais, coito programado, inseminação artificial e fertilização ?in vitro?, que ajudam a solucionar antigas disfunções.

Levantamento do Centro de Controle de Doenças aponta que no Brasil existem cerca de 15 milhões de casais inférteis. Segundo o médico Alessandro Schuffner, especialista em reprodução humana da Androlab Clínica e Laboratório de Andrologia, distúrbios femininos são responsáveis por 40% desses casos. Já o fator masculino responde por 30%, e outros 10% são comuns aos dois sexos. ?Nos 10% restantes não se identifica qualquer causa que justifique a infertilidade?, ressalta.

De acordo com o ginecologista Eduardo Motta, diretor do Huntington Centro de Medicina Reprodutiva, há 10 anos, por exemplo, uma mulher com menos de 35 anos tinha 30% de chances de engravidar com a reprodução assistida. Hoje, esse índice é de 50%. ?Não tivemos a criação de uma nova técnica revolucionária, mas vários fatores já conhecidos foram se aperfeiçoando nesse período, influenciando diretamente no resultado final?, explica.

Reprodução assistida

Entre os principais fatores para obtenção de mais segurança e sucesso na gravidez estão os novos conhecimentos sobre imunologia, que diminuíram e podem até evitar os abortos de repetição; a biópsia do embrião (determinando se há problemas genéticos); e o desenvolvimento de novas drogas que permitiram o mesmo resultado com um tratamento mais curto e menor dosagem hormonal.

A alternativa de tratamento mais procurada é a reprodução assistida, um conjunto de técnicas e procedimentos que ajudam casais a obter uma gravidez diante da falha dos métodos mais simples, como prescrição de hormônios e ajuste do momento adequado da relação sexual. O índice de sucesso da reprodução assistida depende, basicamente, da idade da mulher. ?Quanto mais jovens maiores as chances de gravidez?, revela Schuffner.

Até mesmo casais que fizeram cirurgias para não ter mais filhos, podem reverter essa situação, porém é consenso entre os principais especialistas de que o limite máximo de idade para uma mulher conceber é por volta dos 55 anos, mesmo que seja possível recorrer à fertilização assistida. Felizmente, graças aos tratamentos de fertilização, o dia das mães agora pode ser comemorado por inúmeras mulheres anteriormente inférteis e que já possuem o orgulho de carregar no ventre o fruto de sua perseverança.

TRATAMENTOS A ESCOLHER

Coito programado – É um tratamento também conhecido como ?namoro programado?, em que o médico controla o dia da ovulação para que o casal possa ter relações sexuais naquele período, trazendo uma maior chance de êxito na gravidez.

Inseminação artificial ? Os espermatozóides são colocados diretamente dentro do útero através de um cateter.

Fertilização ?in vitro? ? É a técnica mais sofisticada. Um único espermatozóide é injetado dentro de cada óvulo. São formados os embriões que se desenvolvem inicialmente no laboratório e alguns são introduzidos no útero.

Voltar ao topo