Maioria dos estudantes já fez sexo sem preservativo

Os jovens estão começando cedo a vida sexual e a maioria (54%) já manteve relações sexuais pelo menos uma vez sem camisinha. Em Curitiba, o percentual de jovens que já praticaram o sexo inseguro é o menor entre as cidades pesquisadas: 25%. Este é o resultado de uma pesquisa realizada pelo Centro de Integração Empresa/Escola, de São Paulo, que entrevistou este mês 2.162 pessoas, de 10 cidades brasileiras, com idade entre 16 e 30 anos.

De acordo com a pesquisa, 71,92% deles já tiveram a primeira relação sexual. Deste total, 36% apresentava idade entre 16 e 18 anos e 32,4% entre 19 e 21 anos. O problema é que mais da metade já transou alguma vez sem camisinha. Mas por outro lado, 74,34% afirmam que já começaram a adotar o costume de usar preservativo sempre.

Entre as cidades pesquisadas, Belém é a cidade onde a maior parte já iniciou a vida sexual (92,63%) e já transou alguma vez sem preservativo (76,14%).

O ginecologista e professor da Universidade Federal do Paraná, Fernando César de Oliveira Júnior, explica que as mudanças culturais favoreceram este tipo de comportamento. Além disso, a mídia tem influenciado muito através de apelos erótico, em revistas e programas de TV.

Mas o professor avalia que houve uma melhora no índices de jovens que começaram a se cuidar. Em 1990 o número de adolescentes que costumavam usar preservativos era de apenas 27%. Para o professor não é a falta de informação que ainda faz que eles não se cuidem. “Quando a gente pergunta dizem que a relação pinta e às vezes não estão com a camisinha”, conta. Ou ainda, há aqueles que têm vergonha de falar pedir para usar o preservativo, pois tem medo que o parceiro pense que ele, ou ela, havia premeditado a relação. “A situação é comum até em casais mais velhos. Só depois ficam mais íntimos é que começam a usar”, explica.

Neste período de começo de relação em que os cuidados ficam de lado é que podem aparecer doenças sexualmente transmissíveis e principalmente a aids. Algumas chegam até a prejudicar a fertilidade. O professor conta ainda que a maioria das meninas só procuram o ginecologista depois de iniciar vida sexual. “Deveriam procurar antes para se previnir”, argumenta. Ele diz ainda que, nesta fase, os pais precisam ficar atentos e orientar os filhos. Muitas vezes buscam informações com amigos, e nem sempre corretas.

Recife é a cidade onde os pais são mais liberais e deixam os filhos “transar” em casa, 83,93%. Em segundo, mesmo com a fama de Capital conservadora, Curitiba ficou em segundo lugar com 40,28%.

A pesquisa foi aplicada em Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Goiânia, Porto Alegre, Recife, Rio, Salvador, São Paulo e Vitória. Dos jovens pesquisados, 45,2% estão vinculados à educação superior, 45,7% ao ensino médio, e 9% à educação profissional técnica; 69,3% freqüentam o período noturno, 24,8% o período matutino e apenas 5,9% freqüentam o período da tarde; 49,2% são de instituições particulares de ensino e 50,8% da rede pública.

Voltar ao topo