Glaucoma é considerado uma doença “silenciosa”

Seu principal fator de risco é o aumento da pressão intraocular. Esta é a principal característica do glaucoma, considerada a segunda causa de cegueira no mundo após a catarata.

Entre as irreversíveis é a primeira, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Os outros sintomas da doença são, praticamente, imperceptíveis, por isso, os médicos a reconhecem com uma doença “silenciosa”, só sendo percebidas em estágio avançado, quando reduzem consideravelmente, o campo de visão.

Nos últimos anos, o conceito da doença modificou-se bastante, assim como o seu tratamento evoluiu para melhor. “O glaucoma ou neuropatia óptica glaucomatosa é causado por um dano no nervo óptico”, ressalta a oftalmologista Hanna Flávia Gomes, reconhecendo que somente o aumento da pressão intraocular não é fator definitivo para a doença, nem o único. “Muitos pacientes com pressão dos olhos em níveis regulares também podem apresentar a doença”, comenta a especialista.

No Brasil, a doença é tratada pelos órgãos de saúde pública como um desafio epidemiológico. Há duas datas destacadas para chamar a atenção ao problema: o dia 12 de março é a data definida pela OMS para o combate ao glaucoma e o dia 26 de maio, que é a data nacional de se prevenir o problema.

Cegueira total

A principal forma de prevenção da doença é a importância de visitas periódicas ao oftalmologista para uma consulta e realização de exames adequados, principalmente aquelas pessoas de mais de 40 anos, histórico familiar de glaucoma, raça negra, alta miopia e diabetes, que estão sob um risco de apresentar a doença.

O oftalmologista Marcelo Jordão explica que o nervo ótico se apresenta como um aglomerado de fibras óticas, como as usadas nas linhas telefônicas ou TV a cabo. À medida que a pessoa envelhece, algumas dessas fibras morrem.

Nas pessoas com glaucoma, as fibras morrem com mais velocidade do que o normal. Com efeito, a pessoa começa a perder partes do campo visual. “Se o glaucoma não for tratado, todas as fibras morrem, ocorrendo a cegueira total”, adverte o especialista.

De acordo com o médico, o glaucoma não é evitável, mas o dano do nervo óptico causado pela pressão alterada pode ser diminuído ou controlado e a perda de visão adiada.

Em média, a incidência da doença para uma população de um milhão é de pelo menos 25% das pessoas acima dos 40 anos terão risco para a doença e mais da metade delas sequer suspeita que seja portadora. “Quando percebem que o campo de visão foi afetado, 30% a 40% das fibras nervosas já foram destruídas”, observa Jordão.

Pesquisa intensa

Os portadores de glaucoma podem realizar qualquer atividade física de forma moderada. A doença é mais bem controlada em pacientes saudáveis e que sigam com rigor as orientações médicas.

“Para atividades normais do cotidiano, não há restrições”, garante Hanna Flávia Gomes, salientando que, quem já se submeteu a uma cirurgia de glaucoma precisa ter mais cuidado, pois qualquer contaminação pode piorar o quadro clínico.

O presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia Hamilton Moreira reconhece que, poucas vezes uma doença tão grave sofreu tantas modificações em seu tratamento em tão pouco tempo como o glaucoma.

O especialista comenta que sua cura ainda não é conhecida, mas que várias pesquisas estão sendo feitas nesse sentido. “Hoje em dia, o paciente pode optar por realizar cirurgia a laser ou convencional”, explica o médico, lembrando que o propósito do tratamento é impedir a perda visual e, por outro lado, manter a pressão intra-ocular em níveis baixos. “Antes a integridade da visão do paciente seja comprometida.”

Quem corre o risco de sofrer a doença

* Pessoas com histórico familiar da doença
* Portadores de diabetes ou hipertensão
* Quem sofre de pressão intr,aocular elevada
* Que usa continuadamente corticóides
* Portadores de miopia acima de seis graus
* Pessoas com mais de 40 anos
* Pacientes com lesão ou infecção ocular anterior
* Pessoas da raça negra