Frio aumenta risco de dermatite atópica

Com a chegada do frio, aproxima-se o risco do aparecimento da dermatite atópica (DA), doença que atinge de 5 a 10% das crianças. Apesar de poder ocorrer em qualquer idade, surge com mais freqüência na infância, podendo atrapalhar o dia-a-dia dos pequenos. A Dra. Maria Cecília R. Machado, responsável pelo Ambulatório de Dermatologia Infantil do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, alerta, porém, para os riscos de não tratar a doença: ?A falta de tratamento pode atrapalhar o desenvolvimento da criança. Alguns sintomas da dermatite, como coceira e irritação, deixam as crianças mais sensíveis e vulneráveis a adquirir outros tipos de infecção através da pele, prejudicando o seu desenvolvimento físico e psicológico. Além disso, a coceira constante atrapalha o sono e seu rendimento escolar?.

A dermatite atópica é uma inflamação da pele, cuja causa exata é desconhecida. Não é uma doença contagiosa, mas de origem hereditária, e pode ser desencadeada por vários fatores. Longos banhos quentes e o clima seco, típicos desta época do ano, acentuam o ressecamento da pele, tornando-a mais vulnerável ao aparecimento da dermatite. Com isso, substâncias irritantes do meio ambiente, como poeira, produtos de limpeza, fungos e bactérias, penetram mais facilmente, causando vermelhidão e coceira intensa. Há outros fatores desencadeantes, como o estresse, a maior permanência em ambientes fechados e, em alguns casos, certos tipos de alimentos.

A Dra. Cecília explica que, como toda alergia, a DA não tem cura, mas o controle dos fatores desencadeantes e o tratamento adequado com corticóides tópicos, cremes hidratantes, sabonetes especiais e antialérgicos podem controlar o prurido, combater o ressecamento, reduzir a inflamação e até inibir o reaparecimento sintomas. ?Há, inclusive, corticóides tópicos que podem ser usados com segurança em crianças?, sentencia a médica.

Recentemente lançado no mercado brasileiro, Topison, da Libbs Farmacêutica, é um corticóide tópico de alta eficácia, indicado para o tratamento da dermatite atópica. Seu princípio ativo é o furoato de mometasona e seu veículo (creme e pomada) tem ação altamente hidrante e não apresenta potencial irritante, ou seja, não arde e não coça. É recomendado para adultos e é seguro no uso pediátrico. Porém, é fundamental consultar um médico dermatologista, que indicará ao paciente o melhor tratamento.

A DA, também conhecida como eczema atópico, pode aparecer, em crianças, nas bochechas, nos braços e nas pernas, e em adultos, nas dobras atrás dos joelhos e cotovelos, nas mãos e nos pés. Forma-se um ciclo de coçagem que precisa ser interrompido, pois quanto mais o paciente se coça, mais mediadores inflamatórios são liberados e, com isso, mais prurido e assim por diante.

A dermatite atópica quase sempre aparece associada a doenças respiratórias, como a rinite e a asma, que também tendem a piorar no inverno. ?A maioria dos pacientes com dermatite atópica melhoram com a idade, mas aproxidamente 30% dos pacientes podem apresentar os sintomas na vida adulta?, relata o Dr. Roberto Takaoka, médico coordenador do Ambulatório de Dermatite Atópica do Departamento de Dermatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e presidente da Associação de Apoio à Dermatite Atópica (AADA). Segundo ele, a incidência da DA tem aumentado nas últimas décadas e estima-se que 15% da população mundial sofra ou venha a sofrer da doença em alguma época da vida, principalmente na infância. No Brasil, afirma Dra. Cecília, a estimativa é de 5% a 10% da população.           

Dicas:

Segundo o Dr. Roberto Takaoka, da Associação de Apoio à Dermatite Atópica, seguir algumas medidas gerais de cuidado com a pele pode reduzir o aparecimento dos sintomas da doença. Veja alguns exemplos:

? Evitar banhos longos e muito quentes;

? Hidratar a pele logo após o banho;

? Usar sabonetes e hidratantes neutros;

? Não usar buchas;

? Evitar roupas de tecido sintético;

? Manter a casa arejada e livre da poeira;

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