Esquizofrenia

Na história, há vários exemplos de nomes famosos que foram diagnosticados como esquizofrênicos, como o matemático John Forbes Nash, retratado no filme Uma Mente Brilhante, de 2001, que mostrou a inquietante realidade construída por quem sofre de esquizofrenia, uma doença crônica e incapacitante. Na obra, o ganhador do Prêmio Nobel de Matemática, portador da doença, descobriu que muita coisa que passava ao seu redor era fruto da sua imaginação. A médica psiquiatra Maria Amélia Tavares, da Apafape – Associação Paranaense de Familiares e Amigos de Pacientes Esquizofrênicos, diz que a esquizofrenia é assim mesmo: se manifesta de forma bastante variável, tornando difícil a sua identificação na fase inicial da doença.

Até hoje a causa da esquizofrenia não foi descoberta. ?Fatores hereditários podem ter grande influência no surgimento da doença?, ressalta a médica. O distúrbio é caracterizado pela manifestação de delírios, alterações do pensamento e da afetividade, isolamento, diminuição da motivação e alucinações auditivas (ver quadro acima). A doença atinge mais de um milhão e meio de brasileiros e é considerada o câncer da psiquiatria por causar a demência precoce. De acordo com a psiquiatra, a doença atinge principalmente jovens entre 15 e 25 anos. ?Justamente na época em que o indivíduo entra na sua fase mais produtiva, fazendo com que se afaste tanto do convívio social quanto familiar?, admite a médica.

Manifestações

Uma das maiores dificuldades dos portadores de esquizofrenia é a aceitação da doença, primeiro pelo próprio doente e por sua família, depois pelo grupo de amigos e pela sociedade de uma forma geral. Esse obstáculo pode acabar desencadeando a marginalidade do indivíduo, levando-o ao uso de drogas e álcool, além de outras conseqüências, como dificuldade de convivência familiar, no trabalho, estudo e em outros relacionamentos. Esses fatores acabam isolando completamente o indivíduo da sociedade.

Por não ter uma causa definida, o diagnóstico da esquizofrenia é feito a partir de uma avaliação das manifestações da doença, não existindo nenhum tipo de exame que confirme a doença. Muitas vezes o médico solicita exames que servem apenas para excluir a incidência de outras doenças com manifestações semelhantes à esquizofrenia. Por isso, os especialistas recomendam que familiares e amigos devam estar atentos para atitudes e comportamentos alterados entre adolescentes. ?O diagnóstico precoce amplia a chance de o paciente levar uma vida mais próxima do normal?, reconhece Maria Amélia, salientando que o tratamento deve ser baseado no controle dos sintomas e na tentativa de reintegração do paciente ao convívio social.

A principal dificuldade no tratamento é o preço dos medicamentos, que é alto, além de não serem distribuídos pelo SUS. Se não for tratada de maneira adequada, a doença pode causar delírios, alucinações, alterações de pensamento e afetividade.

Principais sintomas da esquizofrenia

Delírios

São idéias ou pensamentos que não correspondem à realidade, das quais o paciente tem convicção absoluta como, por exemplo, acreditar que está sendo vigiado ou perseguido ou que pessoas que passam na rua querem lhe fazer mal.

Alucinações

São percepções irreais dos órgãos dos sentidos. As alucinações auditivas são as mais freqüentes. O paciente diz que ouve vozes. Outras formas de alucinações, visuais, táteis e até olfativas, ocorrem raramente.

Alterações do pensamento

Suas idéias podem se tornar confusas, desorganizadas ou desconexas, tornando difícil de ser compreendido.

Alterações da afetividade

O paciente perde a capacidade de expressar suas emoções e de reagir emocionalmente às circunstâncias, ficando indiferente e sem expressão afetiva. Outras vezes o paciente apresenta reações afetivas que são inadequadas em relação ao contexto em que se encontra.

Outros sintomas

Diminuição da motivação, dificuldade de concentração, alterações da motricidade, desconfiança excessiva e indiferença, entre outros.

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