Enfarte causa cada vez menos mortes

O enfarte causa cada vez menos mortes, afirmou-se no congresso da Sociedade Européia de Cardiologia, que aconteceu até o último 3 de setembro, em Viena, e reuniu mais de 25 mil cardiologistas.

A mortalidade da síndrome coronária aguda, situação clínica que causa enfarte e angina, passou de 10% para 5% nos últimos 10 anos. Os ataques cardíacos mais devastadores também estão em diminuição.

“Graças à difusão de curas preventivas muito superiores às de algum tempo atrás, as formas em que se desenvolvem os ataques da síndrome coronária aguda são hoje mais leves”, explicou o professor Aldo Maggioni, diretor do centro de estudos da Associação Nacional de Médicos Cardiologistas Cirurgiões, da Itália. “Se por um lado se reduz o risco de morte, por outro aumenta a probabilidade de se ter novos ataques coronários sucessivamente”, disse Maggioni. Ele explicou que no campo da prevenção há hoje armas mais eficazes.

No mercado já existe há algum tempo um remédio à base de uma substância chamada clopidogrel que, em associação com o ácido acetilsalicílico, demonstrou reduzir em 20% o risco de desenvolver uma das três manifestações que costumam estar relacionadas com a síndrome coronária aguda: enfarte, íctus e morte cardiovascular.

“O que ainda provoca mais vítimas é o clássico, que altera o traçado no eletrocardiograma, com mortalidade em torno de 8% ou 9%, enquanto para as síndromes coronárias agudas que não apresentam essa característica alteração do traçado a mortalidade é de cerca de 4% ou 5%”, disse o professor Maggioni.

Há alguns anos, o enfarto clássico era preponderante, enquanto hoje em muitos centros de cardiologia se registra a predominância dos ataques mais leves. O professor Maggioni disse que o clopidogrel é indicado justamente para diminuir o risco das manifestações leves, mas o sucesso dessa molécula, associada à aspirina no controle da síndrome coronária aguda, desperta o interesse dos pesquisadores, que avaliam outros aspectos dessa síndrome e o eventual tratamento de outras doenças cardiovasculares.

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