Depressão pode se acentuar no final do ano

Enquanto para muitos o final de ano significa uma época para reencontros e celebração, para outros é momento de angústia e solidão. Esse sentimento pode desencadear muitas conseqüências, principalmente a depressão. Estimativas indicam que a doença atinge hoje em todo o mundo 8% da população adulta, e que 10% a 12% da população mundial vai sofrer de depressão em alguma momento da vida.

Um dos principais motivos do crescimento da doença, diz o psiquiatra especializado em Medicina Psicossomática, Leonard Verea, é a solidão. “Não conhecemos nossos vizinhos, não temos relações interpessoais nem diversificamos nossa vida. Isso acaba alimentando a solidão”, disse. Para a psicóloga Rosane Klein, o final do ano também contribui para aumentar os casos de depressão porque as pessoas começam a rever os planos e promessas que não realizaram durante o ano, e se sentem impotentes diante da realidade.

Um dos termômetros dessa situação é o aumento de pacientes nos consultórios no final do ano. “São os adolescentes que querem fecham bem o ano depois de períodos de provas e concursos, e adultos que se deparam com projetos que não conseguiram realizar”, afirmou. Rosane diz que isso se repete todos os anos, e muitos também ficam apreensivos com os reencontros que acontecem nesse período. “E se a pessoa não estiver preparada pode desencadear um processo de depressão”, disse.

A depressão é um processo orgânico e emocional que provoca uma tristeza e desânimo sem motivo aparente. Entre os principais sinais da doença estão comer e dormir demais ou pouco, falta de vontade de sair de casa, angústia e ansiedade. Segundo a psicóloga, algumas pessoas ficam mais melancólicas e outras mais agressivas. “Também é comum ficar relembrando fatos do passado e se cobrar por coisas que não realizou”, disse. Na maioria dos casos, o tratamento da doença é feito com terapias e medicamentos.

Para o psiquiatra Leonard Verea a melhor forma de evitar a depressão é se relacionar com as pessoas. Somos animais sociais que precisam ficar com os outros, por isso é preciso vencer as barreiras culturais e sair de casa para amenizar o sentimento de solidão”, afirmou. Ele comenta que esses relacionamentos podem ser alimentados com criatividade, como procurar as pessoas, participar de aniversários e festas de confraternização e tentar manter o bom humor. (Rosângela Oliveira)

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