Danos ao meio ambiente – limitações à vida

O planeta está ficando mais quente. A mudança climática tem merecido o alerta dos estudiosos. O efeito estufa amplia-se com as atividades dos quase 6 bilhões de seres humanos que vivem no mundo provocando emissão de gases, principalmente, pelo uso de combustíveis fósseis, ou seja, carvão, petróleo e gás natural.

Mas não é só isso: há ainda a produção de óxido nitroso, originado das atividades bacterianas no solo; o metano, produzido pela decomposição orgânica; os clorofluorcarbonos, refrigeradores e aerossóis. Cientistas debatem o assunto, não chegam a um acordo, enquanto o nível dos oceanos aumenta e as geleiras dos pólos revelam claros sinais de derretimentos.

O efeito estufa tem sido causado pela presença de nuvens e gases na região da atmosfera, principalmente com vapor de água e dióxido de carbono. As queimadas indiscriminadas colaboram para a sua ampliação. A cultura popular não transmite ainda cuidados com a natureza, como elemento agregado ao comportamento das pessoas, e as repercussões sentem-se em toda a parte, desde a redução na produção de alimentos até o surgimento de novas doenças. Crescem as chances de sobrevivência de germes, esporos, bactérias e múltiplos organismos prejudiciais à saúde humana e ao equilíbrio ecológico.

Ecossistemas são responsáveis pelo fluxo de energia e matéria no planeta, o que permite a vida ou a inviabiliza se ocorrer retrocesso ou interrupção nas diversas fases. Células são mantidas por esta energia, suporte da respiração e dos movimentos – ao mesmo tempo alimentadora da fotossíntese, armazenamento de substâncias e crescimento de todos os seres.

Esta energia permite a recomposição da natureza – a morte de todos os seres, cada um a seu tempo, permite que novas vidas surjam numa fantástica e maravilhosa atividade cíclica. Produzir vidas e renová-las é missão que a natureza reserva aos ecossistemas, mas agressões constantes criam situações irreversíveis. Os ecossistemas devem ser plenamente conceituados, mais conhecidos e interpretados como sendo da responsabilidade de cada cidadão. Cada um deve manter a vida no ambiente de hoje e no amanhã que deve legar.

Os seres humanos têm resistido a cuidados – continuam a promover danos à natureza afetados pela fome, fadiga, frio e medo, o que apresenta sempre repercussões sobre a qualidade da vida. Mesmo a tecnologia de suporte tem limites e precisa muitas vezes de tempo. O surgimento de doenças novas é uma prova desta situação incontrolável.

A Ecologia é multidisciplinar. Há uma cadeia permanente que regula e mantém a vida entre os seres, suas formas e natureza. Constituída como ciência por volta de 1930, muito embora de conceito antigo, a Ecologia tem convivido com as dificuldades naturais de um estudo sistematizado, até se consolidar como sendo de vital importância para a vida. Boff (s.d., p. 37) complementa: “Ao reafirmar a interdependência entre todos os seres, a ecologia funcionaliza as hierarquias e nega o “direito” do mais forte. Todos os seres, por microscópicos que sejam, contam e possuem sua relativa autonomia. Nada é supérfluo ou marginal. […] A ecologia não é um luxo dos ricos nem uma preocupação apenas dos grupos ambientalistas ou dos Verdes com seus respectivos partidos. A questão ecológica remete a um novo nível da consciência mundial: a importância da Terra como um todo […]”.

Muito embora a Botânica, Zoologia, Oceanografia, Sociologia e a Microbiologia tenham ampliado de forma considerável o estudo da Ecologia, o relacionamento das populações com o meio ambiente apresenta impactos complexos que a própria ciência ainda não resolveu, e está muito distante de chegar a propor soluções eficazes. Situações diversas e alarmantes fazem manchetes na imprensa de todo o mundo, ocasionando doenças pulmonares e afetando de forma irreversível a gestação de mulheres e animais, dentre outros males causados.

Há que reduzir os paradoxos gerados pela poluição das águas dos rios e do mar, pela transformação das florestas, pelo desaparecimento dos animais que mantêm o equilíbrio das espécies e ordenam a própria cadeia alimentar. Deste equilíbrio dependem a saúde e a vida dos seres humanos – depende a qualidade da vida.

Bibliografia: BOFF, Leonardo. Ecologia, mundialização, espiritualidade. 2.ª Edição. São Paulo: Editora Ática (s.d.)

Alexandre Silva S. Lôbo

é professor, consultor, doutor em Ciência do Meio Ambiente, mestre em Sociologia, pós-graduado como Analista do Desempenho Escolar e graduado em Sociologia e Política e Administração Pública.

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