Cresce a incidência de jovens com problemas cardíacos

Problemas familiares, falta de dinheiro, conflitos sociais, constante preocupação com prazos, excesso de responsabilidades, combinar estudos e trabalho são algumas das causas que desencadeiam o estresse.

O que se tem notado nos consultórios médicos especializados e nos ambulatórios dos hospitais é que este distúrbio está atingindo cada vez mais pessoas jovens. Um dos fatores que aumenta essa incidência prematura esta relacionada ao estudo, situação que inicia todo o processo de “pressão” pelos quais os adolescentes de hoje passam.

Segundo a cardiologista Ieda Maria Liguori, há dois tipos de estresse: agudo – consequente a acontecimentos traumáticos, como perda de ente querido, um assalto, doença grave na família, perda de trabalho, etc., e crônico – resultante do estresse do dia a dia, como problemas profissionais, econômicos, e familiares.

A constante preocupação com a escolha da faculdade e com a carreira profissional pretendida e a eterna dúvida “o que vou ser quando crescer?”, são os principais motivos para o jovem apresentar um quadro de estresse.

É na escola que os jovens se deparam com esses conflitos e, pressionados principalmente pelos pais, não sabem como lidar com eles e chegando “no limite”.

Estresse crônico

Cada vez mais o estresse está atingindo os jovens. Médicos que atendem esses pacientes percebem que muito dos sintomas se devem ao aumento dos níveis de cobrança e responsabilidades que lhe são impostas por conta da alta competitividade profissional.

“As mulheres estão mais suscetíveis ao estresse porque além de estarem no mercado profissional continuam mantendo as tarefas familiares cotidianas”, relata a médica.

Segundo a cardiologista, o coração de uma pessoa estressada sofre conseqüências: “o estresse crônico pode levar ao aumento da pressão arterial e taquicardia, e é um dos fatores de risco para coronariopatia”, observa. Seus sintomas são inúmeros. A pessoa fica agressiva, não tem vontade de interagir com os outros, tem dificuldade de se comunicar.

Praticar atividades físicas regularmente, dormir bem, ter uma alimentação saudável, momentos de lazer, procurar métodos de relaxamento (yoga, massagem, ouvir música, aulas de dança, etc.), aumentar o tempo de convívio familiar e social, delegar atividades para evitar sobrecarga de trabalho, evitar situações de estresse como trânsito, ter pensamentos positivos, ter um hobby (terapia ocupacional), planejar melhor as atividades – lembrar sempre que o dia só tem 24h são algumas das dicas para evitar o estresse.

Para as pessoas que têm sintomas do estresse ou mesmo com histórico de doenças na família, a recomendação da médica é procurar um especialista e passar por exames para um diagnóstico preciso.