Cistite infecciosa, um mal feminino

Ardor ao urinar, dores, necessidade freqüente de urinar eliminando apenas uma pequena quantidade em cada micção e, às vezes, febre. Em alguns casos, pode surgir sangue na urina ou dores na pélvis.

Estes são os sintomas mais comuns da cistite, infecção da bexiga causada pela presença de bactérias nas vias urinárias.

A cistite infecciosa é causada principalmente por bactérias, mas também por fungos e vírus. Das bactérias, a mais comum é a E.Coli, habitualmente encontrada no trato intestinal de homens e mulheres.

Tais sintomas não são novidades para a dona de casa Maria do Carmo Ferreira Santos, de 49 anos de idade, ela conta que frequentemente o distúrbio volta a incomodar.

Apesar de seguir à risca o tratamento recomendado pelo médico, a doença, não demora, está de volta. Estima-se que, no Brasil, as infecções urinárias contribuam com mais de 50 mil consultas médicas anuais, além de um número importante de internamentos hospitalares. Isso significa que os gastos com a doença alcançam valores significativos.

O urologista David Kulysz explica que, na maioria dos casos, as infecções urinárias são mais freqüentes na mulher adulta com vida sexual ativa, mas que apresentam gravidade moderada, a não ser quando há fatores de risco associados.

Segundo o especialista, o sistema urinário é, normalmente, estéril e livre de bactérias. Assim, as infecções só são adquiridas quando ele é invadido por bactérias de origem intestinal, que penetram na uretra.

Sintomas desagradáveis

Dois fatores anatômicos explicam a maior propensão das mulheres a desenvolverem cistites: a proximidade com o ânus – local de fácil contaminação mesmo com hábitos higiênicos cuidadosos – e pelo comprimento da uretra.

Na mulher, a uretra é mais curta em comparação com a do homem e fica mais próxima da entrada da vagina, o que facilita a contaminação por bactérias.
Os principais sintomas da doença passam pelo aumento do número de micções, com pequenos volumes de urina eliminados a cada vez, sensação de esvaziamento incompleto da bexiga, ardor na uretra, dor na bexiga, urina com odor forte e jato urinário fraco, entre outras. Nem sempre todas as manifestações estão presentes e a intensidade das mesmas pode variar em diferentes pacientes.

Antibióticoterapia

Essa infecção não costuma ser acompanhada de outras complicações e, por isso, são desprovidas de conseqüências mais sérias. “Contudo, produzem grande desconforto e sofrimento e isso justifica seu pronto tratamento”, observa a urologista Vilma Loureiro Fernandes.

De acordo coma médica, a relação sexual facilita a incidência da doença, mas não é sua causadora. “Durante o ato sexual, podem ocorrer atritos ou traumas que potencializam os efeitos da doença”, explica, salientando que, também, o uso de preservativos não altera seu surgimento.

O tratamento das infecções urinárias é feito com antibióticos. O objetivo é eliminar os episódios agudos e prevenir que a doença se estenda para outras partes do corpo.

“As recidivas podem ser freqüentes e, dificilmente, evitáveis, já que, mesmo de depois de eliminados os sintomas, o terreno continua propício a uma nova contaminação”, ressalta a urologista. O médico David Kulysz completa que é necessário tomar os medicamentos respeitando o tempo recomendado pelo médico, mesmo que os sintomas tenham desaparecido com as primeiras doses.

De olho na prevenção

>> Beba muita água
>> Procure não reter a urina por longos períodos
>> Redobre os cuidados com a higiene pessoal
>> Evite usar roupas íntimas justas
>> Troque absorventes higiênicos com freqüência
>> Suspenda o consumo de substâncias que irritam o trato urinário, como fumo, álcool, tem,peros fortes e cafeína
>> Após evacuar, lave-se com água e sabão

Sintomas

>> Necessidade urgente de urinar com freqüência
>> Escassa eliminação de urina
>> Ardor durante a micção
>> Dores na bexiga, nas costas e no baixo ventre
>> Febre
>> Sangue na urina nos casos mais graves

Cuidados na gravidez

Grávidas também apresentam grande predisposição às infecções urinárias, mas o tratamento da cistite, na grávida, precisa que ser rigorosamente monitorado em relação aos remédios, pelos efeitos que estes podem causar sobre o feto.

Em pacientes grávidas com cistite, o pré-natal deve incluir uma série de exames específicos. “Isto porque a morbidade e o possível agravamento da infecção exigem um controle mais rigoroso do tratamento, da evolução e da cura”, afirma o urologista Ricardo Felts.

Mesmo depois de curados, exames de urina devem ser realizados com freqüência, uma a duas semanas após o término do tratamento. Novas culturas devem ser realizadas, mensalmente, até o parto.ensalmente, até o parto.

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