Cirurgia refrativa para córneas mais finas

Helga Rozeira Zinher, de 35 anos, foi uma das primeiras pacientes operadas pela tecnologia do Femtosecond, uma técnica que permite o tratamento em pacientes com córneas mais finas, mais planas e curvas.

A nova tecnologia tem por princípio básico substituir o corte que antes o cirurgião realizava na córnea do doador e do receptor, utilizando manualmente lâminas metálicas, pelo laser.

Assim, a menor interferência do cirurgião reduz riscos de rejeição, torna a recuperação mais rápida, propicia resultados visuais mais satisfatórios, evitando, inclusive, o surgimento de altos graus de astigmatismo.

Portadora de hipermetropia e astigmatismo, a professora paranaense usava óculos desde a infância. Posteriormente, tentou trocar os óculos pelas lentes, mas não conseguiu adaptar-se a elas.

O novo equipamento permitiu que a cirurgia refrativa a laser realizada em Helga fosse um sucesso. “O procedimento foi muito rápido e a recuperação vem sendo bastante tranquila”, comemora.

O oftalmologista Hamilton Moreira, diretor clínico do Hospital de Olhos do Paraná, afirma que, aproximadamente, 500 mil pessoas já foram beneficiadas pela consagrada cirurgia refrativa a Laser (Excimer Laser). Para ele, com o Femtosecond essa estatística deve se multiplicar.

Revolução

O médico explica que, a técnica traz resultados positivos graças aos milhões de pulsos gerados na córnea por segundo. Com efeito, ela é segmentada de forma muito fina e uniforme.

Um disco (flap) do tecido corneano é posteriormente confeccionado por meio do laser, “abrindo passagem” para a realização da cirurgia refrativa. Feita a correção do grau, o flap é reposicionado e assentado sobre a córnea. “No dia seguinte, o paciente volta a enxergar normalmente”, vibra Moreira.

Os benefícios do novo equipamento, aliados à cirurgia a Laser foram ainda maiores para a dentista Fabiana Boscardin Kowalski.

Com o procedimento, ela comemora o fato de ter se livrado de uma irritação constante nos olhos provocada pelas lentes de contato, problema que começava a prejudicar parte dos tratamentos realizados por ela, em seu consultório.

Os especialistas reconhecem na nova técnica uma revolução da oftalmologia, especialmente pelo seu aspecto social. “Com o Femtosecond, mais pessoas podem ser beneficiadas pelo transplante de córnea e, além disso, é necessário um menor número de doadores”, ressalta Moreira, salientando que, com a ajuda do equipamento, uma córnea pode ser utilizada por até dois receptores no transplante, contribuindo, assim, para reduzir as filas de quem aguarda por uma doação.

Outra vantagem da técnica, cita por especialistas é que, por meio dela, se torna facilitado o tratamento do ceratocone aos portadores que não se adaptam às lentes de contato e, portanto, precisam ser submetidos ao implante com o anel intra-estromal (anel de Ferrara).

“Fica mais fácil para o paciente que irá necessitar do uso de óculos ou de lentes de contato, pois a córnea apresenta um astigmatismo mais baixo e menos irregular do que o da cirurgia tradicional”, completa o médico.

Descolamento de retina é algo comum

Mais comuns do que se imagina, os casos de descolamento de retina são frequentes em clínicas oftalmológicas e, às vezes, são descobertos somente na hora do check-up, porque o paciente está desenvolvendo o processo não percebe.

“O distúrbio leva à perda total da capacidade de enxergar quando não tratado em tempo e adequadamente”, alerta o oftalmologista Sérgio Kniggendorf, explicando que o tratamento rápido e correto pode evitar que o problema se agrave em 75% dos casos.

A retina é o tecido que capta a imagem, como um papel de parede que reveste o olho internamente. Quando se solta, acontece o descolamento. E este processo é muito rápido, em questão de horas se consolida. Por isso, o tratamento não pode esperar.

Quando o descol,amento é pequeno, às vezes, não apresenta os sintomas naturais que são a percepção de um flash de luz e a presença de moscas volantes ou pontinhos pretos que ilustram o processo por que passa o vítreo, uma espécie de gel que preenche o olho e puxa a retina quando se descola. “Esta é a melhor hora de tratar o descolamento para obter um bom resultado”, aconselha o médico.

No entanto, quando o descolamento já aconteceu, o sintoma é outro: uma mancha preta é percebida e vai aumentando rapidamente como se baixasse uma cortina, diminuindo o campo de visão. Esse distúrbio pode acontecer em pouco tempo.

Diante de quaisquer desses sinais, a orientação do especialista é procurar um oftalmologista imediatamente, porque a aplicação de laser, que é profilática, pode já não ser suficiente e fazer-se necessária uma cirurgia emergencial para preservar a visão.

Tipos de descolamento

* Simples – Causado por uma rasgadura, um buraco na retina. É o mais frequente em portadores de miopia, na maioria das vezes, causado por traumas ou lesões.

* Tracional – É relacionado a outras disfunções do organismo, como diabetes, trombose e outras doenças vasculares

* Inflamatório – Diz respeito às doenças imunológicas, reumatológicas ou tumores que acometem os olhos.

* Acidentes – Traumas, boladas e cotoveladas, entre outras, podem desencadear um descolamento.