Cefaléia perturba 5 bilhões de pessoas

Mais do que um incômodo físico, as cefaléias ou dores de cabeça interferem na qualidade de vida das pessoas que as sentem. Segundo a Sociedade Brasileira de Cefaléia, cerca de 5 bilhões de pessoas em todo mundo e cerca de 143 milhões de brasileiros já sentiram ou irão sentir no decorrer de suas vidas algum tipo de cefaléia.

O médico neurologista e integrante da Sociedade, Murilo Schaefer, revela que existem, em média, 150 tipos diferentes de dores de cabeça. Elas podem atingir pessoas de todas as idades, desde crianças até idosos. Porém, costumam ser mais freqüentes da adolescência aos 50 anos de idade.

A cefaléia mais comum é a tipo tensional, que responde por 40% dos casos e atinge, igualmente, pessoas de ambos os sexos. A dor é originada perto da área da nuca e se irradia até a parte da frente da cabeça. É gerada por tensões, estresse e problemas ligados à vida profissional. Depois, vem a tipo enxaqueca, que responde por 30% das ocorrências e atinge, em sua maioria, mulheres. “A enxaqueca é um distúrbio do sistema nervoso central provavelmente de origem genética. Existem catorze grupos e diversos subgrupos do problema”, comenta Murilo. “Normalmente, ela é sentida de um lado só da cabeça e vem associada à tontura, náusea, vômito e intolerância à luz e cheiros”.

Independente do tipo, as dores de cabeça são de grande interferência na qualidade de vida da população. Em adultos, elas costumam influenciar nos níveis de produtividade no ambiente de trabalho. Já em crianças e adolescentes, gera prejuízos no desempenho escolar. “Estudos realizados pela organização americana AHS (American Headache Society) indicam que, nos Estados Unidos, as cefaléias são responsáveis pela perda de 1,5 milhão dias/ano aulas por parte de estudantes com até sete anos de idade”.

As dores de cabeça devem ser preocupantes quando se tornam freqüentes, isto é, ocorrendo de duas a mais vezes em um único mês. Nesses casos, a pessoa deve procurar um médico de confiança que poderá fazer uma avaliação clínica e, se necessário, fazer encaminhamento a um neurologista. O tratamento é baseado na causa do problema, podendo envolver o uso de analgésicos, relaxantes musculares, técnicas de relaxamento e outros medicamentos específicos.

Congresso

Teve início ontem, no hotel Four Points Sheraton, em Curitiba, o 18.º Congresso Internacional da Sociedade Brasileira de Cefaléia. O evento segue até amanhã, reunindo cerca de setecentos profissionais ligados à área de saúde provenientes dos Estados Unidos, Europa, Brasil e outros países da América Latina. É a primeira vez que a capital paranaense sedia o congresso. Mais informações: (41) 340-4022.

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