Câncer familiar deve ter diagnóstico mais precoce

Cerca de 5% dos casos de câncer de mama têm origem familiar ou genética. Apesar de o grupo ser considerado pequeno, a progressão da doença nesses casos é rápida. Por isso a necessidade da identificação precoce. Esse assunto foi discutido ontem em Curitiba pelo professor de Patologia do Instituto Toby Robins – da Inglaterra -, Sunil Lakhani.

Com a identificação da cadeia genética, através do Projeto Genoma, foram encontrados dois tipos de gene que caracterizam o câncer de mama familiar, denominados de Brca1 e Brca2. De acordo com Sunil Lakhani, as pesquisas surgiram há cinco anos e, em termos mundiais, ainda são consideradas recentes. Ele comentou que na Inglaterra existe, há mais de vinte anos, um programa de prevenção de câncer, mas voltado para a população acima de cinqüenta anos. “Como esse tipo de câncer familiar prevalece em pacientes com menos de quarenta anos, é importante o diagnóstico precoce”, disse.

O professor destacou que geralmente os dois tipos de câncer são identificados em pacientes que têm na familia casos da doença na mama, ovário, próstata, pâncreas ou pele. Um programa de informática ajuda na elaboração de estimativas. Se ela for favorável, é feito um estudo da seqüência genética. Porém, destacou Lakhani, também são necessários avaliação clínica e acompanhamento, já que os resultados do estudo não são precisos.

Esse tipo de estudo ainda não está disponível no Brasil. De acordo com o professor da Universidade Federal do Paraná e presidente da Associação Paranaense de Patologia, Luiz Fernando Bleggi Torres, no Paraná alguns profissionais utilizam um programa chamado Escala de Gail, onde são inseridos alguns dados que podem identificar uma propensão ao câncer. “É uma espécie de questionário e, de acordo com as respostas, é possível traçar uma estimativa sobre a possibilidade de o paciente desenvolver a doença”, explicou. Torres disse ainda que esse sistema ainda está em fase de implantação no serviço público de saúde. (Rosângela Oliveira)

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