Câncer da tireóide pouco conhecido

O Serviço de Endocrinologia e Metabolismo do Paraná – Hospital de Clínicas (SEMPR), em parceria com o laboratório Genzyme, realiza amanhã, das 9h às 17h, no Parque Barigüi, um trabalho de conscientização da população sobre o câncer da tireóide – glândula localizada no pescoço que regula atividades de órgãos como o coração, fígado, rins e ovários.

O trabalho está sendo coordenado pela médica Gisah Amaral, que sente o desconhecimento da população sobre ao assunto. ?Não é um tema muito debatido. Algumas pessoas nem sabem que têm tireóide?, afirma.

Durante todo o dia, uma equipe ensinará as pessoas como fazer o auto-exame. Como a doença não tem sintomas – mesmo com câncer a tireóide continua funcionando normalmente – esta é a única forma de detectá-la. Dependendo da rapidez do diagnóstico, as chances de cura são excelentes em comparação aos outros tipos de câncer. ?O exame é muito simples e para realizá-lo, a pessoa precisa apenas de um espelho e de um copo de água?, explica a doutora Gisah. Com o espelho, a pessoa deve localizar a tireóide, que fica logo abaixo do chamado ?pomo-de-adão? (gogó). Em seguida, deve inclinar a cabeça para trás e beber um gole de água. Com esse ato, a tireóide sobe e desce e fica possível visualizar qualquer saliência. ?Uma vez constatado o problema, a pessoa deve procurar imediatamente um médico, que pedirá exames mais detalhados?, explica. Uma vez detectado, o nódulo sofrerá uma punção e será analisado. Se maligno, ele deverá ser extirpado e possivelmente o paciente seja submetido a um tratamento com iodo radioativo. Apesar de as chances de recuperação serem excelentes, o problema pode voltar ou, na pior das hipóteses, se espalhar pelo resto do corpo. Justamente por isso, os médicos recomendam que esses pacientes sejam constantemente submetidos a exames de rotina.

Incidência

No sistema endócrino, o câncer de tireóide é o mais comum, mas para cada cem casos de câncer registrados nos Estados Unidos, apenas um é deste tipo. Mesmo que a incidência em termos gerais não seja grande, por ano, no Brasil, são diagnosticados de 10 a 15 mil novos casos. Cerca de 7% da população brasileira apresenta nódulos na tireóide, mas apenas um em cada vinte são malignos.

As mulheres com mais de 35 anos são as mais atingidas pelo problema, mas homens e crianças não estão livres do risco de desenvolver a doença. São mais suscetíveis ao câncer na tireóide pessoas que foram submetidas na infância a uma radioterapia na cabeça, no tórax ou no pescoço.

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