Camisinha garante um Carnaval sem medo

O tão aguardado Carnaval chegou. Para muitas pessoas a chegada do reinado de Momo é sinônimo de alegria e diversão.

No entanto, é preciso se conscientizar que o período não se resume somente a agitação e brincadeiras, por isso, alguns cuidados são necessários para que a Quarta-Feira de Cinzas não traga somente aborrecimentos. Uma das maiores preocupações devido, principalmente, à empolgação e negligência são as doenças sexualmente transmissíveis DSTs.

O comportamento permissivo e o uso excessivo de álcool e drogas são a combinação perfeita para o sexo sem proteção durante a brincadeira, já que durante os dias de folia parece ninguém ser de ninguém e vale tudo, por isso o risco de não se cuidar é muito maior.

Nessa época, o que mais se escuta falar é em gestações indesejadas e a proliferação das DSTs. “Esses fatos poderiam ser facilmente cortados da lista de ocorrências se as pessoas adotassem uma simples atitude, o uso da camisinha, tanto masculina quanto feminina”, alerta a ginecologista Nara Mattia.

Clamídia e sifilis

A camisinha ainda é a proteção mais segura, o que é amplamente divulgado e conhecido pela população. O que poucos conhecem são todas as DST, como delas se prevenir e como delas se tratar.

Um bom exemplo é a clamídia, infecção causada pela bactéria Clamydia trachomatis, cuja manifestação de sintomas são semelhantes aos da gonorréia.

Ou seja, secreção vaginal, ardência ao urinar ou sangramento uterino anormal, atingindo o trato urogenital. O tratamento para ambas, é o uso de antibiótico para o casal, e o melhor método de prevenção é a camisinha, até mesmo no sexo oral, onde tais moléstias também são transmitidas.

Outra doença sexualmente transmitida é a sífilis, também causada por uma bactéria, a Treponema. O sintoma é a aparição, no local da inoculação e após aproximadamente três semanas, de uma lesão denominada cancro duro, o que caracteriza o período primário.

A lesão não é dolorosa, contudo é altamente infectante. Após duas ou três semanas inicia-se outro processo, quando surgem lesões na pele, acompanhadas ou não de sintomas gerais, como febre, adenopatia, anorexia e cefaléia.

Tais lesões desaparecem após seis a oito semanas, podendo evoluir para a sífilis terciária, que se caracteriza por lesões localizadas, destrutivas e necróticas, na pele e tecidos de vários órgãos e sistemas, como ósseo, cardiovascular e neurológica. “O tratamento da sífilis é à base de antibióticos, e a melhor forma de prevenção também é o uso da camisinha”, ressalta a médica.

HPV e Aids

Outra doença comum é o HPV, doença viral infecciosa, também conhecida por crista de galo ou verruga genital. A maioria das infecções por HPV é assintomática.

Contudo a doença pode se manifestar na forma de verrugas. Não é conhecido o tempo em que o vírus pode permanecer em tal estado, podendo variar de semanas a décadas. Os condilomas ou verrugas, dependendo do tamanho e localização anatômica, podem ser dolorosos ou pruriginosos.

Quando presentes no colo uterino, também podem ser sintomáticos. “Menos frequentemente podem estar presentes em áreas extragenitais, como conjuntiva mucosa nasal oral e laríngea”, avisa Nara Mattia, salientando que a melhor forma de prevenção é o uso da camisinha de látex, masculina ou feminina.

Finalmente, a Aids, a mais conhecida e temida de todas as DSTs. É uma doença viral, transmitida pelo contato sexual e pelo contato com sangue contaminado.

O vírus usa células imunológicas (glóbulos brancos) para se reproduzir, deixando assim um indivíduo infectado sem defesas e vulnerável a qualquer agente invasor, por mais fraco que seja.

O vírus H,IV pode ficar sem se manifestar, permanecendo inativo em um indivíduo infectado por um período, que pode ser extremamente longo. Ou seja, uma pessoa pode estar infectada com o HIV, mas permanecer a vida inteira como portadora do vírus apenas.

O tratamento da Aids não se baseia em combater o vírus, pois ainda não há meios para isto, mas sim em suprir esse sistema imunológico lesado. Isso se dá por meio do coquetel de remédios.

Não é por menos que a aids é tão temida. Um vírus mutante que destrói suas defesas a ponto de deixar o infectado a mercê das doenças mais simples, como resfriados, que para as outras pessoas é inofensivo.

Fôlego em dia

Os foliões que pretendem curtir todos os dias do Carnaval, sem correr o risco de ficar fora da festa precisar aprimorar o condicionamento físico para aguentar os dias de folia, seja desfilando pelas escolas de samba, correndo atrás de um trio elétrico, pulando o frevo ou mesmo brincando em bailes de clubes.

Segundo a fisioterapeuta Marcela Lemos, falta de fôlego, dores musculares ou lesões são comuns nesta ocasião, por falta de preparo. “Atividades aeróbicas, de força e flexibilidade são fundamentais para um divertimento saudável”, comenta a personal trainer.

Para aqueles que não praticam nenhuma atividade física, ela sugere caminhadas diárias de uma hora aliadas a seis sessões de Pilates, em dias alternados.

Quanto a alimentação, a nutricionista Marcela Caron, explica que as pessoas acostumadas com atividade física devem manter a alimentação usual e aumentar o consumo de carboidratos e líquidos durante o período. Para os demais, uma dieta saudável durante o Carnaval deve ser rica em carboidratos integrais, cereais e proteína com pouca gordura.

Além de dar energia para a folia, eles diminuem o efeito do álcool. Frituras, queijos gordurosos e chocolates devem ser evitados. No dia seguinte à folia, a nutricionista aconselha uma boa salada de frutas, iogurtes ou canja de galinha e muita água para hidratação.