Bancos de olhos discutem como estimular doação de córneas

Representantes de 21 bancos de olhos de 12 estados brasileiros reúnem-se hoje (3/8) para discutir formas de estimular as doações e reduzir o tempo de espera para transplantes de córnea em simpósio promovido pela Associação Pan-Americana de Bancos de Olhos (APABO), como parte da programação do XV Congresso Brasileiro de Prevenção da Cegueira e Reabilitação Visual que encerra-se hoje no município de Pinhais. Durante o encontro, o oftalmologista Hamilton Moreira, de Curitiba, expõe a situação do Banco de Olhos da Universidade Federal do Paraná, onde a espera pelo transplante de córnea varia hoje de oito a doze meses, situação ainda considerada longe da ideal.

Há pouco mais de um mês, o Banco de Olhos da UFPR recebeu 65 mil reais do Ministério da Saúde para a compra de novos equipamentos. Segundo o presidente da APABO, Dr. Elcio Hideo Sato, a verba é parte de um projeto conjunto desenvolvido pela entidade e pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), com apoio do Ministério da Saúde (Portaria 1559 de 6/9/2001). Segundo dados da APABO, no Brasil, cerca de 20 mil pessoas aguardam nas filas para o transplante de córnea. “Através da reestruturação física e gerencial de 30 bancos de olhos de todo o País, pretendemos mudar esta realidade, extinguindo as filas em um prazo de dois anos”, afirma o Dr. Sato.

De acordo com o oftalmologista, diretor médico do Banco de Olhos do Hospital São Paulo / Universidade Federal de São Paulo e coordenador do simpósio, outra frente importante deste projeto é o material humano. “A Apabo vem atuando continuamente na formação de pessoal especializado em Bancos de Olhos para fazer o trabalho de captação ativa, estimulando as doações”, complementa. Segundo o Dr. Sato, as longas filas de espera no Brasil ocorrem exclusivamente por falta de córneas para os transplantes. “De forma geral, o País possui médicos em quantidade suficiente e hospitais equipados de forma adequada. O que falta é transformar os doadores em potencial em doadores de fato”, conclui. No Brasil, cerca de 3 mil transplantes de córnea são realizados anualmente. Nos Estados Unidos, o número é de 35 mil por ano.

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