Aprender a viver

Somente na pureza de uma criança é que podemos compreender a grandiosidade do ato de aprender. Precisamos resgatar esta preciosa dádiva, que é a humildade de ser, para que possamos ter a chance de prosseguir com a nossa evolução. A criança nasce sem nada saber, sem condições de se locomover ou se alimentar sozinha, e na sua pureza vai aos poucos adquirindo condições para crescer, custe o que custar. Se ela fosse se sentir rebaixada por não saber falar e se recusasse a balbuciar e a falar errado, jamais falaria. Se ela se recusasse a engatinhar, a se arrastar e a tantas vezes cair e se machucar, certamente jamais andaria.

Quantos se encontram parados em suas vidas por não se sentirem livres para “balbuciar” ou para se “arrastar” a fim de atingir aquilo que nossa alma necessita e pede. Para se “arrastar” é preciso ter muito amor por si mesmo, assim como a criança tem pois está ainda imersa no imenso amor de Deus. Somente aqueles que verdadeiramente se amam se dispõe a “rastejar” para tentar andar. Somente aqueles que estão na pureza e na humildade do ser é que se colocam na posição de verdadeiro aprendiz da vida. Pois somos todos aprendizes, visto que a vida não se repete em momento algum, e aquele que acha que já sabe, nada faz além de repetir fórmulas que não o levam a lugar nenhum. Somos todos crianças sim, neste universo de Deus, a expandir a Sua luz através da nossa coragem em viver tudo o que a vida nos apresenta. Muitos se esquivam dos desafios pois não suportam verem-se como ignorantes eternos. Condenam- se a viver apenas aquilo que é conhecido e acabam por nutrir a ilusão de que sabem e de que dominam sua condição de vida. Ilusão sim, pois a vida não pode ser dominada, pode sim ser simplesmente vivida. A abertura de um ser para a vida coincide com a cura de sua alma, que assim pode alçar vôo, livre das amarras e dos impedimentos criados por uma mente dominadora e perfeccionista, que só admite mover-se através daquilo que não ameace a sua imagem de superioridade. Uma alma aprisionada é uma alma sofrida e é justamente na dor que este ser encontrará uma porta de saída. É muitas vezes a dor que conduz um ser em direção a sua libertação e a sua verdadeira condição neste mundo. Simplesmente por que toda dor obriga o ser a mobilizar-se em direção a alguma mudança, e é neste momento que a cura pode ser realizada. Por outro lado pode-se optar por sufocar esta dor de alguma forma, já que hoje são tantos os recursos disponíveis para este fim, e perpetuar a doença. A escolha é contingência de nossa condição humana, onde uns optam por anestesiar a dor e seguir em frente, mas outros tantos escolhem o caminho da busca por ajuda, para que a cura e a libertação da alma possa ser realizada.

Mariliz Straube

é Orientadora Espiritual do Centro Assistencial Essência do Ser, que realiza o tratamento da alma, numa proposta inovadora e totalmente desvinculada de qualquer religião ou proposta terapêutica.

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