Amidalite provoca febre e dor de garganta

Sem respeitar o calendário, muitas infecções surgem ao longo do ano. Por isso, não nos preocupamos com os distúrbios de garganta, como as amidalites, por exemplo.

Só lembramos que elas existem quando começam a incomodar, sobretudo, nos meses mais frios ou nas frequentes variações climáticas, típicas dos meses mais frios.

De acordo com o otorrinolaringologista Marcos Mocelin, as amídalas são órgãos sensíveis, muito susceptíveis a infecções.

“A doença se manifesta, invariavelmente, por meio de febre, dor de garganta, dificuldade de deglutição e mal-estar em geral”, observa.

O inverno seco e poluído contribui para o surgimento e desenvolvimento das amidalites, que predominam entre as crianças. A otorrinolaringologista Renata Lopes Mori explica que, em geral, as amidalites são provocadas por vírus, citando que apenas 15% são causadas por bactérias.

“Isso significa que, em 85% dos casos, não é preciso tomar antibióticos”, observa. No inverno, o organismo está mais exposto às agressões do meio ambiente e as condições de desenvolvimento dos vírus são mais favoráveis, logo as probabilidades de contrair a doença são potencializadas.

Teste indicativo

Muitas vezes, as pessoas associam a doença a um distúrbio predominantemente infantil, no entanto, as infecções também podem afetar adultos. A orientação de Mocelin é para que sejam evitadas grandes variações de temperatura e ambientes fechados.

Além disso, é importante manter a criança sempre bem hidratada e alimentada. “Crianças que freqüentam creches estão sujeitas com mais assiduidade às infecções, por isso merecem uma atenção especial”, adianta o especialista Mocelin.

As amidalites bacterianas são as que adquirem proporções mais graves e necessitam tratamento mais cuidadoso, com o uso de medicamentos antibióticos. São diagnosticadas com facilidade por apresentar pontos brancos ou pus, como são chamados popularmente.

Para os casos de amidalites virais, os antibióticos não fazem efeito. Para o tratamento se tornar eficaz, o médico pede o teste para identificação da bactéria estreptococo do grupo A.

“Se o teste der negativo, o melhor é aliviar os sintomas com antitérmicos e analgésicos até que o ciclo do vírus acabe, o que ocorre entre 3 ou 5 dias”, avalia Renata Mori, lembrando que, apesar desses testes existirem no Brasil, só em poucas clínicas é que estão disponíveis.

Infecções repetidas

Marcos Mocelin adverte, no entanto, que a amidalite, quando não tratada, pode ocasionar algumas outras complicações, como febre reumática e problemas de audição.

De acordo com o médico, nos casos mais graves e sob indicações precisas pode ser necessária uma intervenção cirúrgica para extrair as amídalas.

Nas crianças, a cirurgia é mais indicada quando elas apresentam apneia ou respiração bucal – distúrbio que traz importantes conseqüências, entre elas deformações na arcada dentária e problemas respiratórios.

“A extração das amídalas também é indicada para crianças que sofrem de repetidas infecções”, confirma Mocelin, salientando, no entanto, que é preciso evitar a generalização de tais procedimentos cirúrgicos.

O médico só recomenda a cirurgia nos casos em que o número de infecções ultrapassa a cinco ocorrências no ano.

Também precisa ter a confirmação do tipo bacteriana. Em todos os casos, os médicos são unânimes em reprovar a automedicação, situação que pode trazer um aumento na resistência das bactérias aos antibióticos, deixando a doença mais difícil de ser tratada.

Tratamento e prevenção

Prevenir a amidalite não &e,acute; fácil, principalmente no que diz respeito às crianças, que ficam bastante próximas por muito tempo, o que facilita a transmissão de vírus e bactérias e a conseqüente contaminação.

A do tipo viral costuma desaparecer naturalmente, sem a necessidade do uso de antibióticos. Mas é importante procurar um médico para se certificar qual é o tipo de infecção e se há a necessidade de um tratamento à base de antibióticos, pois a infecção bacteriana não tratada pode evoluir para febre reumática.

O tratamento com antibióticos dura, em média, dez dias e não se deve deixar passar em branco nenhuma dose. Mas também é preciso atenção, pois o uso indevido de antibióticos pode fazer com que o organismo fique mais resistente aos seus efeitos. No caso de amidalite viral, não é necessário o uso desta medicação.

Mantendo distância

* Beber líquidos, chás e sopa mornos
* Fazer infusões de limão e mel
* Fazer gargarejos com água morna e sal
* Umidificar o ar a fim de diminuir a irritação e ajudar a dormir melhor
* Evitar o fumo
* Poupar a voz (falar aumenta a irritação e pode conduzir a uma perda de voz temporária)
* Evitar alimentos muito picantes e salgados

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