Alimentação: A saúde começa pela boca

Na hora de ir às compras parece que os olhos é que fazem as escolhas nas prateleiras dos supermercados. Um grande equívoco ou estímulo visual massificado pelos comerciais de TV? Mesmo com tantos esclarecimentos a respeito da alimentação, dificilmente pensamos em nossa saúde nessas horas, assim como optar por um lanche ou almoço nos fast-foods, comer aquele petisco frito naquela lanchonete. Alguns se perguntam: mas eu nunca passei mal, como pode trazer tantos riscos assim? A questão não é o que esse ou aquele alimento pode provocar em nosso organismo, e sim pensar o quanto de nutrientes é ingerido. Afinal, muitos estudos comprovam que a manutenção da saúde começa pela boca e que uma dieta equilibrada pode ser o início de uma vida longa e saudável.

Mas para as pessoas de mais idade que ainda não começaram a educação alimentar, ainda há tempo? ?Nunca é tarde para começar, além disso é preciso estar atento às modificações naturais do organismo?, diz a nutricionista Márcia Daskal, autora do livro Nutrição e bem-estar para a terceira idade. Para ela, é importante saber que a alimentação deve ser, antes de tudo, um prazer em qualquer idade. "É possível se alimentar bem comendo o que se gosta?, afirma, confirmando que o primeiro passo para se reeducar é saber que não será uma mudança rápida, pode levar um certo tempo. Apesar disso, pode ser um grande passo à frente no sentido de melhorar a saúde e a qualidade de vida.

Calorias vazias

Até algum tempo atrás se falava muito mais sobre o tema desnutrição, mas hoje o assunto mais comentado é sobre a péssima alimentação a que estamos nos submetendo. Conforme Márcia Daskal, nós temos muito mais opções e não sabemos fazer nossas escolhas. A nutricionista explica que a qualidade nutricional dos produtos é bem menor atualmente, e os alimentos são ricos apenas em calorias. O açúcar refinado, exemplifica ela, é caloria vazia, só nos dá a glicose e seu processo digestivo só gasta nutrientes. Por isso a nutricionista enfatiza que reduzir o sal e o açúcar nas refeições é muito importante. ?Acostumamos-nos a comer tudo muito doce, que até os estrangeiros quando vêm para o Brasil estranham", frisa.

Para a especialista, comer bem é ingerir de tudo um pouco, já que nós precisamos de todos os nutrientes. A dica mais rápida é variar bastante os alimentos. "Aquela afirmação de que quanto mais colorido o alimento maior é a chance de ingerir nutrientes de todas as qualidades é absolutamente correta?, constata. As refeições devem ser adequadas e calculadas de acordo com o metabolismo de cada um. No entanto, Márcia Daskal explica que o ideal é que o intervalo entre uma refeição e outra seja de no máximo três horas. Além das refeições diárias, desjejum, almoço e jantar, uma boa opção são as refeições intermediárias, comendo uma fruta, um iogurte, uma barra de cereais ou uma bolacha integral, que possui maior quantidade de nutrientes.

Crianças: os dez mandamentos da alimentação saudável

1. Dar o exemplo ? As crianças costumam reproduzir os bons e maus hábitos alimentares de seus pais. Daí a importância de eles serem os primeiros a encher o prato com legumes e verduras frescas, carnes magras e frutas.

2. Evitar a gula – Ofereça as quantidades de comida apropriadas à idade, não mais do que o necessário. Evite as tradicionais expressões "Coma mais um pouquinho!" ou "Só mais uma colher!". A criança pode perder a noção de saciedade e o limite acaba sendo o que estiver no prato.

3. Controlar os doces – Nunca dê doces como presente ou agrado para seu filho.

4. Aprimorar o paladar – Diversifique o modo de preparo de alimentos simples, como legumes e verduras, acrescentando ervas e temperos saborosos.

5. Ensinar a gostar da comida – Explique que o alimento é o combustível para brincar, crescer e ficar forte e inteligente. O visual do prato pode ajudar a despertar o interesse das crianças.

6. Incentivar a experimentar – Envolva a criança no preparo das refeições, com atividades sempre adequadas à faixa etária.

7. Acertar o tempo para comer – Estimule uma mastigação lenta e correta. Propicie um ambiente calmo e sadio para que façam a refeição com equilíbrio.

8. Combinar certas regras – Determine que as guloseimas não podem ser substitutas de uma refeição, sem abrir exceções.

9. Tirar a monotonia – Não repita o mesmo cardápio do almoço no jantar.

10. Permitir guloseimas, mas com critério – Eduque seu filho a comer apenas ocasionalmente alimentos como salgadinhos, bolachas, chocolates.

*Fonte: Espaço Leve – Núcleo de Prevenção e Tratamento da Obesidade Infanto-Juvenil

Voltar ao topo