O outono começou no último dia 21 e com ele aparecem as alergias, gripes, resfriados, além de outros vírus da estação. ?Nessa época do ano, começo do outono, duplica e até chega a triplicar os atendimentos da pneumologia?, afirma o chefe do setor de pneumologia do Hospital Cajuru, Paulo Sandoval. É a variação de temperatura que castiga a saúde do curitibano. Entre os principais atendimentos da rede pública estão as doenças respiratórias – normalmente em torno de sete mil casos semanais – que desde o final de março vêm aumentando em mais de mil casos.
?A mudança climática influencia na proliferação de vírus. A partir de agora os atendimentos à essas doenças vão subindo até atingir o pico. A maioria atendida é de crianças?, explica Karin Luhm, diretora do Centro de Epidemiologia do município. Segundo Sandoval, os idosos são também grupo de risco, por isso ainda neste mês eles começam a ser vacinados contra gripe, em campanha do Ministério da Saúde, que vai de 25 de abril a 6 de maio.
Conforme dados do Centro de Epidemiologia municipal, em 2004 o pico de doenças respiratórias foi um pouco precoce, começou a subir na metade de março – quando atingiu dez mil atendimentos – e, no final de abril chegou a 17 mil. ?Em 2003 esse pico foi no final de junho. Este ano ainda não sabemos quando virá?, afirma Karen.
Pesquisas da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que as variações climáticas afetam requisitos essenciais à saúde como qualidade da comida, da água e do ar; faz aumentar a transmissão, a contaminação e o nível de poluição. Para se prevenir a tais doenças, Sandoval diz que é preciso manter uma boa condição física.
Outros alvos fáceis
A médica pediatra Heloísa Gianberardino, do Hospital Pequeno Príncipe, explica porquê as crianças são, também, facilmente atingidas pelas viroses. ?Principalmente as crianças menores de cinco anos são mais suscetíveis às doenças da estação devido à imunidade que ainda não é desenvolvida?, explica.
No Pequeno Príncipe, em pico, que também acontece durante as mudanças de temperatura, há um aumento de cerca de 30% nos atendimentos de emergência. Os principais casos atendidos são de alergias (crise de bronquite e rinite alérgica) e gastroenterites (vômitos e diarréias) provocados por vírus, que ao invés da gripe atinge o aparelho gástrico, ou intoxicação alimentar. ?Já estão começando a circular os vírus do outono. Os de maior incidência são o influenza e o rotavírus. Já a gripe tem seu pico em abril e maio?, explica a médica, que é responsável pelo serviço de controle de infecções do hospital.