Acne: Marcas no rosto e na auto-estima

Assim que ela surge o descontentamento é geral. Quando o rosto fica com a aparência de um abacaxi, com casca, a primeira coisa que se pensa é que a pele nunca mais voltará ao normal. Por isso, estimativas apontam que, uma em cada quatro consultas aos dermatologistas é motivada por um problema bastante freqüente e aparentemente simples: a acne. O simples hábito de se olhar no espelho e descobrir o rosto coberto por espinhas pode até acabar em depressão. Apesar disso, os médicos garantem, na maioria dos casos a acne tem cura.

A dermatologista Denise Steiner, da Sociedade Brasileira de Dermatologia, explica que a acne é uma dermatose de influência genética, cujas manifestações dependem da presença de hormônios, mas também pode ser agravada por fatores psicológicos, como o estresse e a ansiedade. Ela ocorre quando há obstrução dos folículos pilosos (poros) e o conseqüente acúmulo de secreção sebácea nesses locais. A retenção de secreção também facilita a proliferação de bactérias, que, conforme explica a médica, "produzem substâncias irritantes para o poro, cuja reação inflamatória e a presença de pus caracterizam as espinhas".

Azitromicina

De acordo com a médica, as marcas aparecem nas áreas oleosas da face, pescoço, peito, ombros, braços e costas. Os novos tratamentos difundidos, entre eles, a aplicação de gel ou loções, conseguem excelentes resultados. Segundo a dermatologista Lílian Nishino, a intenção é desobstruir os poros da pele. Outra opção de tratamento, segundo a especialista, é o uso de antibióticos orais, às vezes associados com outros medicamentos, com o objetivo de eliminar as bactérias causadoras da acne. "O tipo de tratamento varia de acordo com a intensidade do distúrbio", orienta. Para casos mais leves, são recomendados o uso de sabonetes adstringentes, esfoliantes e o ácido retinóico.

Para a acne moderada ou grave, uma opção chega por meio de um novo conceito, a chamada pulsoterapia. Um medicamento recém-lançado, a azitromicina, vem conseguindo melhorar a relação custo-benefício do tratamento, agindo contra as principais bactérias envolvidas no aparecimento das espinhas. O medicamento apresenta melhora satisfatória em mais de 75% dos casos. Além disso, seu princípio ativo não aumenta a sensibilidade da pele ao sol.

Auto-estima comprometida

Além do tratamento medicamentoso, que deve ser sempre indicado por um médico, os especialistas recomendam alguns procedimentos que podem evitar o aparecimento ou agravamento da acne. "Não se deve manipular, espremer ou coçar as espinhas, nem usar cosméticos à base de agentes oleosos, além do uso obrigatório do filtro solar adequado à pele com acne", enfatiza Denise Steiner. Quanto ao consumo de certos alimentos, não há comprovação científica de sua influência sobre o aparecimento da acne.

A acne é prejudicial do ponto de vista emocional, pois compromete a auto-estima do adolescente, assegura Denise Steiner. "É nessa fase da vida que ocorre a identificação com o mundo e com o sexo oposto", diz. Assim, mudanças na auto-imagem típicas dessa fase podem trazer transtornos emocionais, agravados, muitas vezes de forma séria, pela acne. Além disso, se não tratada corretamente, pode deixar cicatrizes que dificilmente serão eliminadas.

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