Paisagem deslumbrante

Um oásis nos meio das dunas de areia do Maranhão

Como uma miragem, as lagoas de águas cristalinas surgem em meio às dunas de areia branca como um oásis revelado no deserto. Essa paisagem não é ilusão, esse lugar existe e chama-se Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, no estado do Maranhão. Se lá não é o paraíso pelo menos é um pedaço dele.

Os 270 quilômetros de dunas formadas com a combinação dos ventos e as piscinas preenchidas com água das abundantes chuvas da região constroem uma das mais deslumbrantes e extraordinárias paisagens brasileiras.

A temperatura que beira os 45 graus não exige outra coisa senão muita água, alguma coisa para beliscar e protetor solar (não tem sombra!) para enfrentar os cinquenta minutos de caminhada até a primeira lagoa que avistamos – não é permitida a entrada de nenhum veículo nas dunas.

Não resta outra alternativa senão descer a duna e mergulhar na calmaria da água, doce e na temperatura ideal para amenizar o calor do sol que arrebata. As lagoas se formam com água da chuva e ficam mais cheias ou vazias de acordo com a época -de maio a outubro elas atingem a capacidade máxima em período de seca, muitas ficam vazias.

Percurso

A cidade mais próxima, Barreirinhas – distante 370 quilômetros da capital São Luis – gira em torno do turismo e há muitas agências que oferecem passeios até o parque com o acompanhamento de guias locais.

Partindo de Barreirinhas em jipes 4 x4, o principal trajeto até os lençóis é feito por Santo Amaro do Maranhão, atravessando de balsa o Rio Preguiças. Do outro lado do rio começa a aventura: o jipe entra em um circuito de solo arenoso por um percurso bastante acidentado: um verdadeiro desafio que dura mais de uma hora.

No caminho, a paisagem incomum revela casas feitas de barro cobertas com palha de buriti -uma construção feita artesanalmente pelos moradores – palmeiras de açaí, buriti e outras árvores típicas da região além de muitos cajueiros.

Descer do carro para comer caju direto do pé é uma oportunidade única de vivenciar o astral do lugar – a castanha-de-caju é um dos principais produtos comercializados na região. Ao se aproximar da entrada dos lençóis, as casas vão se distanciando e dando lugar a uma paisagem desabitada onde o horizonte não tem fim.

São Luis

O que mais impressiona na capital maranhense é a quantidade e a beleza dos casarões centenários no centro histórico. Na ilha de São Luis, banhada por mar e rio, as fachadas de azulejos são as principais marcas arquitetônicas – riqueza que faz das edificações históricas Patrimônio Cultural da Humanidade.

No setor antigo, são cerca de 3.500 edificações dos períodos colonial e imperial, entre sobrados, palácios, igrejas e casas de porta e janela, em diferentes estados de conservação.

Os guias locais contam que os azulejos (de formas geométricas e florais) eram instalados nas paredes externas porque refletem os raios solares e isolam o calor, além de conservar contra as chuvas torrenciais do primeiro semestre.

A diversidade de frutas na região impressiona: bacuri, cajá, cupuaçu, açaí, graviola…nos restaurantes é possível provar sucos feitos da fruta fresca ou experimentar a qualidade da gastronomia local, como tapioca, arroz-de-cuxá, torta de camarão e doce de bacuri, nas feiras típicas que acontecem todas as noites no centro histórico.

As festas populares e rituais afro-brasileiros são marcas da cultura de São Luis. O bumba-meu-boi, sinônimo de festa junina, movimenta a ilha nos meses de junho e julho.

A festa do “boi” tem a complexidade dos diversos sotaques, os ritmos de zabumba, matraca ou orquestra. A dança tambor de crioula foi promovida a Patrimônio Cultural Imaterial do Br,asil. Já o tambor de mina, que surgiu na época da escravidão, é o nome da religião afro-brasileira local.