Porto de Galinhas vira ?babel tropical?

Sol durante quase todos os dias do ano, mar azul-esverdeado de brilhar os olhos, peixinhos que buscam comida nas mãos dos turistas, coqueirais espalhados pela praia e a tranqüilidade do povo nordestino. Não se trata de apenas mais um cenário de novela, mas sim de uma das praias mais concorridas da costa brasileira: Porto de Galinhas. O local, considerado uma das mais belas praias brasileiras, no litoral sul de Pernambuco, a 65 quilômetros de Recife, é hoje um dos principais roteiros turísticos do Nordeste e uma das maiores portas de entrada de turistas estrangeiros no País.

Para esta temporada de verão, além de todos estes atrativos naturais, aqueles que visitarem as praias da região vão encontrar várias atividades culturais. São apresentações de chorinho, maracatu, teatro infantil, feiras de artes, recreação infantil e espetáculos folclóricos.

Porto de Galinhas é a mais famosa praia da cidade de Ipojuca, mas os atrativos naturais, que são o grande chamariz para os turistas, estendem-se por todos os balneários da região, como Muro Alto, Cupe, Maracaípe e Pontal do Maracaípe, além de outros menos conhecidos como a praia de Toquinho e de Carneiros. Há ainda o colorido da Vila dos Pescadores, caracterizada pela galinha Filomena, mascote e símbolo de ?Porto? – como a praia é carinhosamente chamada por seus visitantes e moradores -, e que está estampada em tudo quanto é canto do lugarejo, de placas a totens de rua.

Sol e mar azul são programas certos durante quase todo o ano. A exceção são os meses de junho a setembro, período que chegam as chuvas. Ao longo do ano, a temperatura varia entre 24 e 32 graus, com direito à brisa do mar todo final de tarde. A temperatura da água do mar também é bastante convidativa, com média de 28 graus.

De acordo com o secretário de Turismo de Ipojuca, Fernando Jordão, a estimativa é a de que cerca de 300 mil turistas visitem Porto de Galinhas durante o mês de janeiro, cerca de 20% do fluxo estimado para o ano todo – a previsão, segundo ele, é de 1,5 milhão de visitantes para este ano. ?O fluxo de turistas europeus já é constante há um bom tempo, mas após o tsunami, na Ásia, Porto de Galinhas passou a receber um número ainda maior destes visitantes?, comenta o secretário.

A região se transforma em uma verdadeira torre de babel. Os portugueses ainda são a maioria, até porque hoje há vôos diários entre Lisboa e Recife – que fica a menos de uma hora de carro de Porto de Galinhas. Mas é grande também o número de franceses, noruegueses, poloneses, suecos e finlandeses que visitam a praia e deixam seus euros e dólares no País. Entre os turistas sul-americanos, os argentinos costumam desembarcar em grande quantidade durante os meses de verão.

Curiosidade

O nome Porto de Galinhas é conseqüência do tráfico ilegal de escravos no Brasil. Os negros vindos da África chegavam a Porto Rico – nome da localidade em meados do século XIX – escondidos nos porões de navios que vinham encobertos por caixotes com galinhas d?angola. Quando aportavam, os traficantes anunciavam a chegada de ?galinhas no porto?, um código usado para atrair os interessados em adquirir escravos. Daí o nome, Porto de Galinhas. (DB)

Rastreie todo este paraíso, de ponta a ponta

Divulgação
A onze quilômetros de Porto de Galinhas, Muro Alto concentra o maior número de resorts de luxo
da região.

Ao chegar a Porto de Galinhas, o turista vai ser convidado a fazer o passeio ?ponta a ponta?, ou seja, dica para conhecer em um dia as principais praias de Ipojuca. São quatro paradas e o transporte é feito de bugue. A locação do carro, para cinco pessoas, incluindo o motorista, custa R$ 100 por todo o dia. O recomendado, por questões de segurança, é contratar um bugueiro credenciado à Associação de Bugueiros. O motorista, além de servir de guia de turismo, é uma fonte para conhecer as histórias e curiosidades locais que não constam nos guias.

Veja os atrativos de cada uma das praias:

Porto de Galinhas: principal cartão-postal de Ipojuca, é onde estão as famosas piscinas naturais formadas entre os recifes de corais. São verdadeiros aquários a céu aberto, com direito a mergulho. Os passeios de jangada até as piscinas custam R$ 8 por pessoa, já com direito à ração para alimentar os peixes. O ideal é conferir a tábua de marés antes de fazer o trajeto até as piscinas, pois quanto mais baixa a maré estiver, melhor a visualização dos peixinhos. Os próprios jangadeiros dão esta informação. O tempo de duração do passeio varia entre uma e duas horas.

Maracaípe: a três quilômetros de Porto de Galinhas, Maracaípe – ou ?Maraca?, como é chamada pelos assíduos freqüentadores – concentra a galera jovem e bonita, os praticantes de surfe e kitesurfe e baladeiros que curtem reggae e música pop. As pousadas neste trecho são rústicas, mas muito charmosas. Ideal para quem não faz questão de luxo e quer estar mais perto da natureza. Na Vila de Todos os Santos, os turistas podem provar as delícias da culinária pernambucana.

Passeios de jangada levam turistas a conhecer os cavalos-marinhos, principal atrativo de Pontal do Maracaípe.

Pontal do Maracaípe: a cerca de um quilômetro após Maracaípe (quatro quilômetros a partir de Porto de Galinhas), aqui a grande atração são os cavalos-marinhos. Os passeios de jangada pelo mangue, no Rio Maracaípe, custam R$ 8 por pessoa e duram cerca de uma hora. Além de mergulhar na água doce do rio, o turista pode conhecer um pouco da fauna e flora locais. Os jangadeiros capturam os cavalos-marinhos em um pote de vidro, para apresentar aos turistas, e em seguida, devolvem-os ao mangue – eles sabem o local certo para depositar os bichinhos, que se fixam no mangue, para que não se tornem alimento de outras espécies. O Pontal do Maracaípe abriga o Projeto Hippocampus, para a preservação do cavalo-marinho.

Muro Alto: distante onze quilômetros de Porto de Galinhas, é a praia que concentra a maioria dos luxuosos resorts da região. Por outro lado, é a que oferece menos atrativos naturais aos turistas. Uma barreira de recifes de aproximadamente três quilômetros – que é o que dá nome à praia – forma uma grande piscina natural, onde os banhistas se divertem nos caiaques e em pequenos barquinhos. (DB)

Escolha seu lugar sob o sol de Porto

Divulgação
Nannai, resort dos mais luxuosos
do Brasil, é um dos megaempreendimentos em
Muro Alto.

O que não falta em Porto de Galinhas e nas praias vizinhas são opções de hospedagem, com preços que variam de acordo com os serviços e status oferecidos pelos empreendimentos – que podem variar entre R$ 80 e R$ 1,5 mil a diária. O turista pode escolher entre o conforto dos luxuosos resorts à animação dos hotéis de lazer e o charme e rusticidade de boa parte das pousadas da região. Provavelmente a maior concentração de resorts por metro quadrado em toda a costa brasileira está ali.

São seis megaempreendimentos já em pleno funcionamento: Nannai, Sumerville, Marulhos, Beach Class, Dorisol e o recém-inaugurado Enotel. E, em meados de 2009, deve ser inaugurado mais um resort, o Pestana Ipojuca Beach & Bungalows, com 195 apartamentos.

Além disso, há 12 hotéis – entre eles cinco de lazer, como o Marupiara Suítes, Village Porto de Galinhas, Armação, Solar Porto de Galinhas e Marupiara Hotel – e cerca de 200 pousadas, num total de onze mil leitos. A taxa média de ocupação é de 70% ao ano. Com tantas boas ofertas de hospedagem, Porto de Galinhas fez se inverter o fluxo de turistas no estado. Antes, os visitantes seguiam para Recife e Olinda e passavam dois ou três dias nas praias do litoral sul. Hoje, 70% dos turistas se hospedam em Porto de Galinhas e se deslocam para a capital durante o dia.

As opções gastronômicas também são um espetáculo à parte. Para não dizer um abuso! Entre os principais restaurantes, dois deles, o Beijupirá e o Muganga, fazem parte da renomada Associação dos Restaurantes da Boa Lembrança. Na prática, não precisa ser um glutão para saber que isso significa boas recordações destes locais. Não apenas pela comida, mas também pelo ambiente.

No Beijupirá, os peixes e frutos do mar formam parcerias gastronômicas com frutas e especiarias locais, como castanha-de-caju, leite-de-coco e outras delícias. A casa também é famosa por suas ?caipiroskas?, como a de sirigüela, fruta típica do Nordeste.
Já no Muganga Bistrô, considerado o melhor representante local da cozinha internacional, há a opção do sushi bar e do restaurante à beira-mar, além do espaço reservado para quem não abre mão do ar-condicionado. Mas a boa comida é sempre a principal atração. Tanto no Beijupirá quanto no Muganga, os pratos são individuais e os preços, em média, R$ 60.

Outra opção mais acessível ao bolso, mas não menos saborosa, é o Restaurante Peixe na Telha, que oferece um variado e criativo cardápio de carnes, aves e frutos do mar. A casa tem um deck com acesso à praia, o que à noite significa jantar olhando a lua e ouvindo o barulho do mar. Lá, os pratos servem tranqüilamente duas pessoas e custam em média, R$ 40 – já com todos os acompanhamentos.

A jornalista viajou a convite da Prefeitura de Ipojuca, com o apoio da Associação dos Hotéis de Porto de Galinhas.

Voltar ao topo