Não dê chance ao azar na imigração

O caso dos brasileiros deportados da Espanha ainda vai ficar por um tempo na mente das pessoas que pretendem viajar para o exterior. Seja abuso ou soberania, o fato é que o episódio serve como alerta em relação à forma que o turista deve se portar em uma viagem internacional, começando pelo cumprimento de todas as exigências impostas pelo país a que se quer visitar, evitando ao máximo o constrangimento de ser barrado na imigração e, pior, deportado sem direito a nada.

Geraldo Rocha, diretor de Relacionamento com o Mercado da Abav-PR (Associação Brasileira das Agências de Viagens do Paraná), ressalta que cumprir todas as normas requeridas é premissa básica em todos os países, seja ele exigente de visto ou não. ?Ter concedido o visto por um país também não garante a entrada. Estar com todos os documentos e seguir todas as regras também não. Isso porque o país é soberano e pode barrar a entrada de qualquer pessoa; neste caso, é uma questão de sorte?, frisa o agente de viagens.

A Espanha é o país que mais barra brasileiros. Entre os turistas, os que têm tido mais problemas são os jovens (homens e mulheres) de até 35 anos e mulheres desacompanhadas, tudo por suspeita de, além da imigração ilegal, o turismo sexual.

Pacote

As pessoas que compram pacotes de viagem, por exemplo, na grande maioria das vezes, não têm problemas no setor de imigração de nenhum país, desde que estejam com toda a documentação e outros itens exigidos em mãos. ?É claro que não se pode garantir a entrada de ninguém em país algum. É só na imigração que será determinado isso?, disse Geraldo.

Há pessoas que têm intenção de ficar ilegalmente no país e compram pacote para facilitar a entrada, o que representa um risco na permanência estendida, na saída do país e em uma futura entrada.

Pessoas com intenção de estudar no exterior, devem ficar atentas a certos detalhes. Segundo Geraldo Rocha, cursos de inglês com aula de uma hora por dia, por exemplo, podem não ser bem-vistos, se a intenção da pessoa é aprimorar o idioma. ?Este foi o caso de uma cliente nossa que comprou um programa de estudo na Inglaterra. Ela não atendeu a nossa recomendação de não comprar um programa de apenas uma hora diária, foi e acabou sendo barrada, tendo que voltar no dia seguinte?, relata.

Fique atento às exigências

Para entrar nos países acordados pelo Tratado de Schengen – Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, França, Finlândia, Grécia, Hungria, Itália, Islândia, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Noruega, Países Baixos, Polônia, Portugal, Suécia, Suíça e República Tcheca – o brasileiro não precisa de visto, desde que permaneça, no máximo, noventa dias no país (consecutivos ou não, dentro de um prazo de seis meses) e não exerça atividades remuneradas.

Do turista é exigido que possua passaporte válido por no mínimo mais seis meses; portar bilhete aéreo com data de retorno; ter pelo menos 57,06 euros (por pessoa) por dia de permanência no país; não ter esgotado o período de permanência de três meses e ter seguro médico internacional com cobertura mínima de 30 mil euros. ?Nós sempre recomendamos o seguro ao nosso cliente, em qualquer viagem. Se ele não aceita, pedimos que assine um termo declarando que lhe foi oferecido o serviço e ele não quis?, explica Geraldo Rocha, da Abav-PR.

E não vale a pena viajar sem seguro. Celso Guelfi, presidente do seguro de viagem GTA – Global Travel Assistance (www.segurogta.com.br), comenta que o valor do investimento para a compra de um seguro de viagem é extremamente acessível. Dependendo do tempo de permanência e do perfil da viagem, o seguro tem seu valor próximo do preço da taxa de embarque do aeroporto. O seguro de viagem para os países que compõem o Tratado de Schengen, para viagem com permanência de cinco dias, custa a partir de US$ 35. Entre as coberturas estão assistência médica, odontológica, farmacêutica e jurídica, transmissão de mensagens urgentes, seguro-bagagem e gastos por atraso ou cancelamento de vôo, seguro de vida e da residência.

O turista que for se hospedar em hotel deve portar a confirmação de reserva do estabelecimento; já, se ficar na casa de amigo ou parente, uma carta da pessoa convidando-o para a estada. Se a viagem é para participar de alguma feira, evento ou reunião, é necessário estar com o convite contendo o nome da empresa responsável e duração da estada. Quem viaja para estudar, deve ter em mãos o comprovante de matrícula do curso e alguns dados como duração, horas-aula diárias, etc.

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