Guayaquil reserva boas surpresas para os visitantes

Guayaquil, a principal cidade portuária do Equador, e também a mais populosa, com três milhões de habitantes, não costuma ser o destino principal de quem visita o país, funcionando mais como uma escala para as Ilhas Galápagos. É exatamente por isso que oferece algumas boas surpresas. Assim que descer do avião, siga para o Malecón 2000, um calçadão de cerca de três quilômetros, para esticar as pernas. O trajeto inclui monumentos, museus, um imenso jardim, restaurantes e bares, e o único cinema Imax da América Latina.

O Palácio Cristal, construído em 1907 no lugar do antigo Mercado del Sur, funciona agora como um espaço para exposições e eventos. A construção, que lembra uma estação de trem, fica num complexo com uma praça de artesanato, um mercado de flores, restaurantes e um centro comercial.

O Malecón começa na Rua Cuenca, na região sul da cidade, e vai até o bairro Las Peñas, no norte. O bairro, aliás, foi completamente destruído pela onda de queimadas de 1896 e reconstruído no estilo neoclássico.

Rocinha evoluída

Os leões-marinhos estão
espalhados aos montes
por todas as ilhas visitadas.

Ao longo de 444 degraus, é no Morro Santa Ana que o Las Peñas foi recentemente revitalizado por fundações independentes. É uma espécie de Rocinha evoluída ou um tipo de Pelourinho mais monótono, cheia de lojas e bares.

No topo, estão a pequena Igreja Santa Ana e uma coleção de canhões do período colonial. O bairro também concentra uma parte que lembra a Vila Madalena paulistana, cheia de boemia e artesãos com galerias de arte instalados em casarões coloniais que continuam em processo de revitalização. (AE)

Belezas naturais seduzem turistas

Elas recebem mais de uma dezena de adjetivos e, ainda assim, é difícil acertar qual deles define melhor as Ilhas Galápagos, no Equador. Uma certeza: é impossível fugir das aulas práticas diárias de Biologia no solo vulcânico que, dois séculos atrás, inspiraram Charles Darwin (1809-1882) a desenvolver sua teoria da seleção natural. A Baltra, uma das duas ilhas com aeroporto (o outro fica em São Cristóbal), chegam turistas de todos os lugares – alemães, suecos, japoneses, etc. – que escolheram a opção mais popular de conhecer a região central de Galápagos: de navio.

A recepção bilíngüe dos guias equatorianos é praticamente sobrepujada pelas ?boas-vindas? de cinco leões-marinhos, que não se incomodam com a leva de pessoas histéricas com a ilustre presença. Os guias insistem: ?Se preocupem em colocar os coletes salva-vidas. Vocês vão se cansar de imagens como esta?. Eles estavam parcialmente certos. Os leões-marinhos estão espalhados aos montes por todas as ilhas visitadas -mas ninguém se cansaria de vê-los.

Eleito pela Unesco, em 1979, Patrimônio Natural da Humanidade, o grupo de ilhas vulcânicas é composto de treze grandes ilhas, seis menores, quarenta ilhotas e ainda duzentas rochas sedimentares, com idades entre um milhão e cinco milhões de anos, que ficam a mil quilômetros do continente. As ocidentais Isabela e Fernandina – cobiçadas pelos ecoaventureiros atrás de um bom mergulho com tubarões – têm cerca de um milhão de anos.

As enormes tartarugas marinhas são símbolo naturais das Ilhas Galápagos.

Quem prefere ficar em terra costuma escolher a cidade de Puerto Ayora, em Santa Cruz, a principal ilha do arquipélago, com dezesseis mil habitantes e repleta de barzinhos, restaurantes e lojinhas simpáticas. Caso da The Red Mangrove Adventure Inn (00-593-5-252-7011; www.redmangrove.com), que conta com inúmeras programações alternativas, como ciclismo e surfe.

As inevitáveis tartarugas

As tartarugas gigantes que deram nome ao lugar também são uma atração à parte, especialmente pelo aspecto bizarro e por serem únicas no mundo. Elas se concentram na parte alta da Ilha Santa Cruz e consomem pelo menos cinquenta tipos de vegetais, além de frutas, e seu peso médio é de cerca de duzentos quilos.

Esse paraíso sem predadores também é a casa de iguanas terrestres e marinhas, que passeiam entre caranguejos vermelhos enormes, minipingüins e pelicanos, sem medo de serem incomodadas. Os sortudos podem ainda ver flamingos rosados – são somente cerca de setecentos na região. E o adeus fica por conta das fragatas magníficas, aves cujos machos inflam o peito vermelho, orgulhosos, para convidar as fêmeas para o acasalamento. Parece tudo combinado para turista ver. Ainda bem que não é. (AE)

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